Política

FBI envia à PF troca de mensagens entre Cid e loja que comprou Rolex dado à Bolsonaro

Em delação, Cid relatou que Frederick Wassef teria comprado o relógio em dinheiro vivo para reintegrar o acervo presidencial após relevação do caso

Jair Bolsonaro e Mauro Cid. Foto: Secom
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A Polícia Federal recebeu do FBI uma troca de e-mail do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, com a Precision Watches, loja onde foi vendido ilegalmente um relógio Rolex, dado ao ex-presidente pelo governo da Arábia Saudita. A informação foi obtida pelo jornal O Globo. 

Na troca de mensagens, Cid informa que iria recomprar o item e que iria fazer o pagamento em dinheiro. O estabelecimento avisa que, por se tratar de uma operação acima de 20 mil dólares, o comprador precisaria assinar um documento. Na resposta, Cid afirma que a pessoa que será a compra é o advogado Frederick Wassef. 

As mensagens contrariam a versão apresentada por Wassef, que apesar de admitir ter recomprado o Rolex, negou ter sido orientado por Cid a fazer a operação. 

O relógio, vendido ilegalmente, uma vez que fazia parte do acervo presidencial, foi recomprado no valor de 49 mil dólares. 

Em sua delação à Polícia Federal, Cid afirmou que a venda do Rolex aconteceu por determinação de Bolsonaro após o ex-presidente ter se queixado dos valores que teria que pagar devido a condenações judiciais, motociatas, mudança do Palácio de Alvorada e transporte dos presentes recebidos. 

Conforme a PF, entre 2019 e o fim de 2022, Bolsonaro, Mauro Cid, Marcelo Costa Câmara (então assessor), Osmar Crivelatti (braço-direito de Cid), Marcelo da Silva Vieira (então chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência) e outros se uniram visando desviar, em proveito do então presidente, presentes recebidos em caráter oficial e entregues por autoridades estrangeiras. A PF menciona pelo menos quatro conjunto.

Após serem apropriados pelo então presidente, os itens foram transportados, de forma oculta, para os Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022, em um avião presidencial.

Depois, foram levados a lojas especializadas na Flórida, em Nova York e na Pensilvânia, para serem avaliados e vendidos.

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