Política
Fabrício Queiroz é localizado em bairro nobre de São Paulo
Matéria de capa da revista Veja revela que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro está morando no Morumbi e faz tratamento no Einstein


A pergunta “cadê o Queiroz?” parece ter sido esclarecida. Reportagem de capa desta semana da revista Veja, divulgada nesta sexta-feira 30, revela que o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), está morando no bairro do Morumbi, em São Paulo.
Desaparecido desde o dia 12 de janeiro, Queiroz foi visto no Hospital Albert Einstein, na recepção do Centro de Oncologia e Hematologia, onde são realizados tratamentos como quimioterapia e radioterapia. Segundo a reportagem da Veja, Queiroz está em tratamento contra um câncer no intestino.
Figura central no escândalo de movimentação financeira suspeita, que gerou uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro contra o senador Flávio Bolsonaro, o policial militar aposentado passou por uma cirurgia no mesmo hospital no final de 2018. Entre despesas com a cirurgia, internação e equipe médica, Fabrício Queiroz pagou 133,6 mil reais em dinheiro vivo ao Hospital Albert Einstein.
A investigação contra Flávio Bolsonaro começou após um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ter identificado uma movimentação suspeita de 1,2 milhão de reais na conta de Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
De acordo com o relatório, diversos saques e depósitos em dinheiro vivo foram feitos na conta de Queiroz em datas próximas do pagamento de servidores da Assembleia Legislativa do Rio. O PM chegou a admitir que recolhia parte do salário de servidores do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro para contratar “assessores informais”.
Processo suspenso
No dia 16 de julho, uma decisão do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, suspendeu o andamento dos processos movidos contra Flávio Bolsonaro. Naquele dia, atendendo a um pedido da defesa do senador, Toffoli determinou a suspensão dos processos judiciais em que dados bancários de pessoas investigadas tenham sido liberados sem a autorização da Justiça.
O pedido da defesa de Flávio Bolsonaro, feito em janeiro ao STF e negado, pela primeira vez, pelo ministro Marco Aurélio Mello, pedia que a Corte invalidasse todas as provas das transações atípicas do ex-motorista Fabrício Queiroz e de demais assessores que depositaram dinheiro na conta investigada, porque o Coaf colheu essas informações sem antes ter pedido autorização para o Poder Judiciário.
A decisão do presidente do Supremo se estende a todos os processos judiciais em que houve compartilhamento de informações da Receita Federal e do Banco Central sem prévio aval da Justiça.
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