Política

Exército pode ir às ruas para acabar com o isolamento social, diz Bolsonaro

Presidente disse que é preciso ‘acabar com essa covardia de toque de recolher’

Exército pode ir às ruas para acabar com o isolamento social, diz Bolsonaro
Exército pode ir às ruas para acabar com o isolamento social, diz Bolsonaro
O presidente da República, Jair Bolsonaro, em entrevista na TV A Crítica. Foto: Reprodução
Apoie Siga-nos no

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na sexta-feira 23, que o Exército pode ir para as ruas para acabar com o isolamento social. A declaração ocorreu durante entrevista ao programa Alerta Especial, do apresentador Sikêra Jr., na TV amazonense A Crítica.

Bolsonaro disse que os militares podem ser convocados “não para manter o povo dentro de casa”, mas para “restabelecer” o direito de ir e vir. O presidente também chamou o isolamento social de “covardia”.

“Se eu decretar isso, vai ser cumprido”, afirmou o presidente. “As Forças Armadas podem ir para as ruas sim, dentro das quatro linhas da Constituição, para fazer cumprir o Artigo 5º, direito de ir e vir, acabar com essa covardia de toque de recolher, direito ao trabalho, liberdade religiosa, de cultos.”

Bolsonaro também disse lamentar que o Supremo Tribunal Federal tenha delegado “poder excessivo” a governadores e prefeitos, que desde o ano passado tiveram autonomia garantida para implementar medidas de combate ao coronavírus.

O chefe do Palácio do Planalto afirmou ainda que tem se reunido com os seus ministros para discutir “o que fazer se um caos generalizado se implantar no Brasil pela fome”.

“Eu não posso extrapolar, e isso alguns querem que extrapole”, disse. Em outro trecho, culpou os problemas econômicos decorrentes da pandemia à “maneira covarde como alguns querem impor essas medidas restritivas para o povo ficar dentro de casa.”

As chefias das três Forças Armadas foram trocadas por Bolsonaro em março. Após as mudanças, o presidente voltou a falar em “meu Exército” ao se referir ao conjunto de forças militares terrestres.

Em momentos posteriores, Bolsonaro disse que “o Exército não vai fazer nada para privar a liberdade do povo”, negando que os militares sejam orientados a reforçar as ordens de isolamento social.

O Brasil está próximo de completar 400 mil mortos por Covid-19. Segundo atualização do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o País já contabiliza 386.416 vítimas fatais e mais de 14 milhões de casos de coronavírus.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo