O Exército notificou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello sobre a instauração de um procedimento administrativo. O general da ativa participou no domingo 23 de uma manifestação a favor do presidente Jair Bolsonaro, o que é vedado pela Força. A informação é do jornal O Globo.
A decisão de abrir o procedimento foi tomada na segunda-feira 24 pelo comandante do Exército, o general Paulo Sérgio Oliveira. O objetivo é avaliar o descumprimento do Regulamento Disciplinar. A transgressão de número 57 é, justamente, “manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária”.
O estatuto dos militares diz que “são proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório ou político”.
Na manhã de segunda, o vice-presidente Hamilton Mourão indicou que Pazuello deveria mesmo receber alguma punição. “É provável que seja [punido]. É uma questão interna do Exército. Ele também pode pedir transferência para reserva e aí atenuar o problema”, disse Mourão, também general, ao chegar ao Palácio do Planalto.
Outra figura importante das Forças Armadas a se pronunciar é o ex-ministro da Secretaria de Governo Santos Cruz. Nas redes sociais, o general publicou a seguinte mensagem: “De soldado a general tem que ser as mesmas normas e valores. O presidente e um militar da ativa mergulharem o Exército na política é irresponsável e perigoso. Desrespeitam a instituição. Um mau exemplo, que não pode ser seguido. Péssimo para o Brasil”.
Agora, Pazuello deve apresentar por escrito suas justificativas para a participação em um ato político. Após o ex-ministro entregar o documento, o comandante do Exército decidirá se aplicará ou não uma sanção.
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