O Exército reverterá a nomeação do coronel Jean Lawand Junior para o posto de adido da Força na Representação Diplomática do Brasil nos Estados Unidos, com sede em Washington. A escolha do militar havia sido formalizada em 2 de fevereiro.
A nova decisão foi tomada na tarde desta sexta-feira 16 em uma reunião a contar com o presidente Lula (PT), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o comandante do Exército, general Tomás Paiva.
A reversão da indicação ocorreu após virem à tona as mensagens de caráter golpista trocadas em 2022 entre Lawand Junior, então subchefe do Estado Maior do Exército, e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
As conversas foram obtidas pela Polícia Federal e reveladas nesta semana pela revista Veja. Os agentes também encontraram documentos com um passo a passo para aplicar um golpe no Brasil após a vitória de Lula (PT) na eleição.
“Soube agora que não vai sair nada”, escreveu Lawand Junior. “Decepção irmão. Entregaram o país aos bandidos”, acrescentou. A mensagem é de 21 de dezembro passado. Menos de três minutos depois, Cid respondeu: “Infelizmente”. Dias antes, os dois haviam debatido a “necessidade” de se “dar a ordem” para um plano golpista.
“CID, pelo amor de Deus, o homem tem que dar a ordem”, suplicou Lawand Junior em 10 de dezembro. O mesmo pedido já havia sido feito pelo militar, em áudio, nove dias antes. Naquela ocasião, Cid respondeu que o então presidente não “daria a ordem” por não confiar no ACE, uma alusão ao Alto Comando do Exército.
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