Política

Ex-superintendente da PF no Rio é designado para cargo junto à polícia europeia

Ricardo Saadi foi exonerado do cargo em agosto de 2019. Bolsonaro declarou que trocaria o comando da PF no Rio por ‘produtividade’

Créditos: EBC
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O ex-superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, foi nomeado nesta quinta-feira , pelo governo, para exercer o cargo de oficial de ligação junto à Europol (polícia europeia) em Haia, na Holanda. Publicada no Diário Oficial da União, a nomeação foi assinada pelo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza.

Saadi exercia atualmente o cargo de de chefe do serviço de repressão a crimes financeiros. Entre fevereiro de 2018 e agosto de 2019, foi superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

O cargo foi motivo da primeira crise pública entre o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, e o presidente Jair Bolsonaro. No dia 15 de agosto do ano passado, o presidente anunciou a troca do superintendente da PF no Rio.

“Vou mudar por exemplo o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Motivo: é questão de produtividade”, disse.

Após a declaração, a Polícia Federal publicou uma nota afirmando que a troca estava prevista há meses e que “o motivo da providência é o desejo manifestado, pelo próprio policial, de vir trabalhar em Brasília, não guardando qualquer relação com o desempenho do atual ocupante do cargo”.

Depois de sair do cargo, Saadi foi nomeado para um cargo de chefia na Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado em Brasília.

A possível interferência do presidente Jair Bolsonaro no comando da Polícia Federal foi relatada por Sergio Moro quando este deixou o governo, em abril deste ano. O caso envolvendo a superintendência do Rio de Janeiro seria um dos exemplos.

Após as declarações de Moro, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, determinou a abertura de um inquérito para apurar as denúncias.

Ricardo Saadi depôs à Polícia Federal em maio sobre a suposta interferência sofrida. No relato, disse desconhecer os motivos que levaram à sua exoneração em agosto de 2019.

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