Política
Ex-secretário de Alckmin vira réu por receber propina de empreiteira
Ex-secretário adjunto de Logística e Transportes, Moacir Rossetti é acusado pelo MP de receber R$ 289 mil em propina
A juíza Maria Fernanda Belli aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado e tornou réu Moacir Rossetti, ex-secretário adjunto de Logística e Transportes de Geraldo Alckmin (PSDB) e responsabilizado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O MP afirma que Moacir recebeu propinas de R$ 289 mil.
Na gestão de Geraldo Alckmin, Moacir Rossetti era considerado um homem de máxima confiança do ex-secretário Saulo de Castro Abreu Filho na pasta dos Transportes entre 2011 e 2014. Ele também ocupou o cargo de adjunto na Secretaria de Governo, quando Saulo era o titular, até o fim do governo Márcio França (PSB).
As investigações sobre Rossetti partiram da delação premiada da Camargo Corrêa junto ao Ministério Público Estadual de São Paulo. Ele também foi delatado pelo empresário Orlando La Bella Filho, responsável pelos repasses.
Também foram tornados réus o empresário Orlando La Bella Filho, dono da LBR Engenharia, e Ilso Tamelini, assessor da Secretaria de Logística e Transportes do Estado de São Paulo.
Na denúncia, a juíza destaca que “em data incerta do primeiro semestre de 2012, o denunciado Moacir, à época Secretário Adjunto da Secretaria de Logística e Transportes do Governo do Estado de São Paulo, solicitou propina ao colaborador Emílio, para custear a secretaria, especialmente complementar o salário de funcionários comissionados, como forma de estreitar as relações comerciais entre a construtora e o governo. Para viabilizar o pagamento, contudo, o denunciado Moacir indicou o colaborador Orlando, pessoa de sua confiança, visando emissão de notas fiscais frias, aptas a dissimular seu recebimento”.
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Na época da denuncia feita pelo MP, em fevereiro, a defesa de Rossetti declarou: “A denúncia, inepta, trata-se dum disparate. A acusação não encontra suporte em prova, e baseia-se apenas na palavra vazia de premiados delatores. Um deles, aliás, mesmo assim é explícito ao dizer que tinha conhecimento de que o destino do dinheiro era campanha eleitoral de candidato partidário, o que faz da Justiça Eleitoral a única competente para julgar o caso. A imputação de corrupção é totalmente inverossímil, até porque a empresa dos delatores que a afirmam não venceu nenhuma licitação durante o período em que Moacir ocupou o cargo de Secretário Adjunto de Logística e Transportes. Nada faz sentido, e é de se lamentar acusação tão torpe”, afirmou o criminalista Eduardo Carnelós, que defende Rossetti, ao jornal O Estado de S. Paulo.
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