Política

Ex-ministro da Defesa de Bolsonaro desiste de assumir diretoria-geral do TSE

O general Fernando Azevedo e Silva já comunicou a decisão aos próximos presidentes da Corte eleitoral

O ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva. Foto: Marcos Corrêa/PR
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O Tribunal Superior Eleitoral informou nesta quarta-feira 16 que o general Fernando Azevedo e Silva, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, não assumirá a diretoria-geral da Corte.

Azevedo e Silva comunicou sua decisão aos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes – próximos presidentes do TSE – e alegou “questões de saúde e familiares”. O militar assumiria o cargo em fevereiro, quando Fachin substituirá Luís Roberto Barroso na chefia do Tribunal.

O TSE espera anunciar na próxima sexta-feira 18 o nome do novo diretor-geral.

A desistência de Azevedo e Silva se dá em meio a uma nova tentativa do presidente Jair Bolsonaro de lançar os militares contra o sistema eleitoral brasileiro. Na semana passada, o TSE emitiu uma nota em que contesta as mais recentes insinuações do ex-capitão.

Na quinta-feira 10, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro tornou a plantar dúvidas sobre as urnas eletrônicas. Segundo ele, “todo mundo sabe do que tem que desconfiar”. O presidente também declarou que as Forças Armadas foram convidadas a participar do processo eleitoral por Barroso.

“Eu sou o chefe supremo das Forças Armadas. Aceitamos um convite do ministro Barroso. O pessoal do Exército, segundo a mídia, buscou o TSE e começou a levantar possíveis vulnerabilidades, para ajudar o TSE. Foi oficiado o TSE, para que pudesse responder às Forças Armadas”, prosseguiu. “Passou o prazo, ficou um silêncio, foi reiterado. O prazo se esgotou no dia de hoje. E isso está na mão do ministro [da Defesa] Braga Netto, que vai tratar desse assunto. Ele vai entrar em contato com o presidente do TSE para ver se o atraso foi em função do recesso ou se não foi.”

Na última segunda 14, Barroso informou já ter enviado as respostas para as Forças Armadas. Segundo o tribunal, foram 80 questões de natureza técnica, “sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades”, para compreender o funcionamento do sistema de votação.

“As questões foram respondidas detalhadamente pela Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE em um documento com 69 páginas e três anexos, somando pouco mais de 700 páginas”, afirma o TSE. A íntegra do documento não foi divulgada por estar sob sigilo a pedido dos autores das perguntas.

As perguntas foram apresentadas pelas Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições durante o recesso de fim de ano.

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