Política
Ex-governador do DF é alvo de operação contra esquema na compra de leitos
O esquema envolvia a compra de leitos hospitalares e o pagamento de propina, avaliada em R$ 462 mil, diz o MP-DF


O Ministério Público do Distrito Federal deflagrou, nesta quinta-feira 23, uma operação que investiga contratos do ex-governador Agnelo Queiroz (PT) na Secretaria de Saúde, um esquema contabilizado na casa dos R$ 4,6 milhões e que envolveria o alto escalão do seu governo.
Por esse motivo, a ação, apelidada de “Alto Escalão”, cumpriu 13 mandados de busca e apreensão.
O ex-secretário de Saúde Rafael Barbosa também foi visitado pelos agentes da Polícia Civil. De acordo com a CNN Brasil, o ex-governador Agnelo foi conduzido para a delegacia após ser encontrada uma arma em sua residência.
Segundo a denúncia, o esquema envolvia a compra de leitos hospitalares e o pagamento de propina para agentes da Hospimetal, que fez o negócio com a Secretaria da Saúde do DF. Esses agentes atuariam em nome de Agnelo e Rafael, e receberam o valor de R$ 462 mil, ou 10% do contrato total.
A propina foi paga por meio de um contrato fictício de publicidade entre a Hospimetal e o Instituto Brasília para o Bem Estar do Servidor (IBESP). Em razão desse pagamento, a empresa foi contratada pela Secretaria de Saúde no ano de 2014.
“O esquema ilícito já havia sido desmantelado pelo GAECO, que ofereceu denúncia contra servidores públicos e o proprietário da referida empresa. Os novos fatos foram revelados em colaboração premiada e após a realização de investigações e diligências independentes, além de provas obtidas do processo original.”, diz o MP-DF em nota.
A operação é um desdobramento da Operação Checkout, deflagrada em junho de 2018, que cumpriu 16 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Na época, o MP-DF já investigava servidores da secretaria de Saúde e funcionários de empresas privadas envolvidos em fraude à licitação e corrupção na compra de macas, leitos de hospitais e outros.
A defesa do ex-governador e do ex-secretário de Saúde ainda não se manifestaram contra as acusações.
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