Política

Ex-chanceleres brasileiros criticam visita de Pompeo a Roraima: “provocação a uma nação vizinha”

Segundo o texto, houve ‘utilização espúria do solo nacional por um país estrangeiro’

MIKE POMPEO E ERNESTO ARAÚJO. FOTO: BRUNO MANCINELLE/AFP
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Ex-ministros das Relações Exteriores do Brasil divulgaram, neste domingo 20, uma nota de apoio ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que criticou a visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, a Roraima, que aconteceu na última sexta-feira 18.

No Brasil, Pompeo declarou que os Estados Unidos querem “representar as pessoas da Venezuela” e “assegurar que a Venezuela tenha uma democracia”.

Em nota, Maia afirmou que a visita de Pompeo, a menos de 50 dias da eleição presidencial nos Estados Unidos, não foi condizente com a “boa prática diplomática internacional”. Além disso, segundo o presidente da Câmara, a viagem “afronta as tradições de autonomia e altivez de nossas políticas externa e de defesa”.

A nota de apoio a Maia é assinada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (que comandou o Itamaraty no governo Itamar Franco) e pelos ex-ministros Francisco Rezek (governo Collor), Celso Lafer (governos Collor e FHC), Celso Amorim (governos Itamar e Lula), José Serra e Aloysio Nunes Ferreira (governo Temer).

“Responsáveis pelas relações internacionais do Brasil em todos os governos democráticos desde o fim da ditadura militar, os signatários se congratulam com o deputado Rodrigo Maia, Presidente da Câmara dos Deputados, pela nota de 18 de setembro, pela qual repudia a visita do Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, a instalações da Operação Acolhida, em Roraima, junto à fronteira com a Venezuela”, diz o texto.

“Conforme salientado na nota do presidente da Câmara, temos a obrigação de zelar pela estabilidade das fronteiras e o convívio pacífico e respeitoso com os vizinhos, pilares da soberania e da defesa. Nesse sentido, condenamos a utilização espúria do solo nacional por um país estrangeiro como plataforma de provocação e hostilidade a uma nação vizinha”, diz ainda a nota.

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