Política

‘Eu não vejo a hora de entregar o bastão da Presidência’, diz Bolsonaro

Em evento com evangélicos, o ex-capitão afirmou que as Forças Armadas são o ‘último obstáculo para o socialismo’

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), em encontro com evangélicos. Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou a líderes evangélicos que não vê a hora de “entregar o bastão da Presidência”, mas afirmou que mantém o seu nome na eleição deste ano por ser “a oportunidade do momento” para evitar a volta da esquerda ao Palácio do Planalto.

“Existe gente melhor do que eu? Milhares de pessoas melhores do que eu. Mas a oportunidade do momento, o nome que está aí é o meu. E eu tenho falado muitas vezes: eu não vejo a hora de, um dia, entregar o bastão da Presidência, para poder ir para a praia, poder tomar um caldo de cana na rua, voltar a pescar na Baía de Angra. Ter paz. Mas eu creio que uma coisa fala por tudo isso aí: quem estaria no meu lugar se a facada fosse fatal?”, discursou.

Além de Bolsonaro, estavam no evento ministros como Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Milton Ribeiro (Educação), além de parlamentares aliados, como o seu filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Carla Zambelli (PSL-SP), e pastores famosos como Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Em tom de campanha, o presidente rechaçou críticas sobre a sua atuação dissonante com a ordem democrática.

“Não existe um ato meu, um discurso, uma ação, um projeto, uma MP [Medida Provisória] fora das quatro linhas [da Constituição]. Será que é tão difícil a gente fazer as pessoas entenderem que esta é uma maneira civilizada de nós convivermos aqui no Brasil?”, perguntou.

Em outro trecho, Bolsonaro disse que “as Forças Armadas são o último obstáculo para o socialismo”.

“As Forças Armadas têm um compromisso, um juramento, um dever de respeitar a Constituição. Nós jogamos dentro das quatro linhas. Mas devemos fazer também com que quem esteja jogando fora das quatro linhas entre dentro das quatro linhas”, afirmou o ex-capitão. “Vamos vencer, porque nós estamos no lado do bem.”

Líderes religiosos discursaram contra a esquerda. O apóstolo Renê Terranova, do Ministério Internacional da Restauração, disse que Bolsonaro foi melhor do que as preces que teria feito.

“O povo orou décadas para viver esse momento, e não vamos perder esse timing”, declarou.

Estevam Hernandes, da Igreja Renascer, também fez fortes declarações de apoio a Bolsonaro. Em um trecho, fez referência a uma passagem bíblica ao falar da eleição.

“O nosso desafio é não permitir que o espinheiro governe o Brasil”, disse. “Aqui, nós temos, realmente, um homem levantado por Deus e que disse ‘sim’ ao chamado de Deus.”

Entre os brasileiros que são religiosos, os evangélicos representam a maior fatia de eleitores de Bolsonaro, com cerca de 40% que apontam a gestão atual como boa ou ótima.

Com a corrida ao Planalto, o presidente quer potencializar os seus apoiadores no segmento, especialmente as mulheres, e pretende organizar mais eventos direcionados aos evangélicos.

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