Política

Estudante que pregou morte a “negraiada” é suspenso do Mackenzie

O universitário também foi dispensado do estágio em um escritório de advocacia paulistano

Estudante que pregou morte a “negraiada” é suspenso do Mackenzie
Estudante que pregou morte a “negraiada” é suspenso do Mackenzie
O universitário ataca negros e "vermelhos"
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Apoiador de Jair Bolsonaro, o estudante Pedro Belintani Baleotti decidiu expressar seus sentimentos e sua euforia em vídeos racistas e ameaçadores. O mais notório foi gravado no domingo 28, enquanto o universitário vestido com uma camiseta no qual se via uma imagem do candidato do PSL dirigia.

“Estou indo votar ao som de Zezé, armado com faca, pistola, o diabo, louco para ver um vadio, vagabundo com camiseta vermelha e já matar logo”.

Em outro ponto do vídeo, gravado na cidade de Londrina, interior do Paraná,  Baleotti filma dois negros em uma motocicleta e afirma: “Tá vendo essa negraiada? Vai morrer. Vai morrer. É capitão, caralho”.

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As imagens viralizaram e revoltaram colegas da Universidade de Mackenzie, na qual o jovem cursa Direito. Centenas de estudantes protestaram na sede da faculdade e obrigaram a direção a se posicionar. Novas manifestações estavam programadas para a noite da terça 30.

Em nota, o reitor Benedito Aguiar Neto anunciou a suspensão do estudante por um período não informado. Embora tenha sido gravado “fora do ambiente da universidade”, afirma o texto, “o discurso incita a violência, com ameaças e manifestações racistas”.

Aguiar Neto acrescentou: “Tais opiniões e atitudes são veementemente repudiadas por nossa instituição que, de imediato, instaurou processo disciplinar, aplicando preventivamente a suspensão”.

Não bastasse, novos vídeos vieram à tona. Em um deles, sem camisa e com uma arma na mão, o universitário enaltece Bolsonaro. Segundo Baleotti, o “povo precisa” do presidente eleito.

O estudante também foi dispensado do estágio no escritório de advocacia DDSA, de São Paulo. Em nota, os sócios declararam que o escritório “repudia veementemente qualquer manifestação que viole direitos e garantias estabelecidos pela Constituição Federal”.

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