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Estrada da perdição

A seca extrema no Amazonas ressuscita o polêmico projeto de recuperação da BR-319

Oportunismo. Abandonada desde o fim dos anos 1980, a BR surge como alternativa para romper o isolamento amazonense provocado pelo “sumiço” das vias navegáveis – Imagem: Alberto César Araújo/Amazônia Real e Observatório BR-319
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O drama provocado pela seca no Amazonas desenterrou um projeto polêmico de três décadas na Região Norte, o reasfaltamento da BR-319, entre Manaus e Porto Velho. Construídos em 1976, os quase 900 quilômetros da rodovia estão em petição de miséria desde o fim dos anos 1980, com vários trechos intransitáveis e tomados pela vegetação. Por causa das restrições ao tráfego de embarcações, políticos e ruralistas passaram a defender nas últimas semanas a revitalização imediata da estrada. Ambientalistas e movimentos sociais se opõem. Alegam que a reconstrução da BR aceleraria a “morte” da Floresta Amazônica.

Sem manutenção, abandonada, a 319 ficou conhecida como rodovia fantasma. Nos últimos 15 anos, obras ­pontuais recuperaram pedaços esparsos da BR, o que atraiu grileiros para o entorno. “Se você abre uma estrada ou a melhora, a terra valoriza, não é? Principalmente, se você não a comprou, a ocupou irregularmente. Foi o que aconteceu ao longo da BR-319. Tinha muitas terras públicas. Ainda tem, mas naquela época era muito mais evidente. Então, as pessoas correram para pegar o seu pedaço, ocupar e vender”, afirma Ane Alencar, diretora científica do Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia.

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