Política
Esther Dweck assume interinamente o Ministério dos Direitos Humanos
Decisão foi anunciada após a demissão de Silvio Almeida, denunciado por assédio sexual


Esther Dweck, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, vai acumular dois ministérios e vai assumir, interinamente, o comando do Ministério dos Direitos Humanos. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira 6.
O presidente Lula (PT) nomeou Esther após demitir Silvio Almeida por denúncias de assédio sexual. O caso foi revelado na véspera pelo site Metrópoles – logo depois, a ONG Me Too confirmou ter recebido relatos. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, seria uma das vítimas.
Segundo o Palácio do Planalto, ela vai acumular as funções até a definição de um novo nome para chefiar a pasta de Silveira. Antes de Dweck ser anunciada, a principal cotada para assumir de forma interina era Rita de Oliveira, secretária-executiva do ministério. Ela, entretanto, pediu demissão antes mesmo de ser nomeada.
O agora ex-ministro nega todas as acusações e as classifica as denúncias como “mentiras” e “ilações absurdas”. Horas antes da demissão, o governo formalizou a abertura de procedimentos de investigação contra Almeida.
O principal deles tramita na Comissão de Ética da Presidência, onde ele terá dez dias para se explicar. A CGU e a AGU participam da apuração.
Em outra frente, a Polícia Federal também instaurou uma investigação sobre o caso. Nesta sexta, a corporação pediu formalmente à Me Too Brasil, à AGU e à CGU informações detalhadas sobre as denúncias.
No comunicado formalizando a demissão do ministro, o Planalto classificou como “insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”.
“O Governo Federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”, completou a nota.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.