Política

Escolha por Marcos Pontes para disputa ao Senado em SP gera atrito na direita

A escolha do ex-ministro, filiado ao PL, ocorre após desistência do apresentador José Luiz Datena, que era cotado a formar chapa com Tarcísio de Freitas

Marcos Pontes se elege ao Senado por São Paulo. Foto: Agência Brasil.
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Faltando uma semana para a convenção que vai confirmar Tarcísio de Freitas (Republicanos) como candidato ao governo de São Paulo, o ex-ministro e aliado de presidente Jair Bolsonaro anunciou ontem a pré-candidatura de Marcos Pontes, ex-ministro da Ciência e Tecnologia, ao Senado.

O comunicado confirmou a preferência no entorno de Bolsonaro pelo nome do astronauta na chapa, acirrando ainda mais os ânimos que já estavam exaltados nos últimos dias, numa disputa pelo apoio do presidente.

As deputadas estadual Janaina Paschoal (PRTB) e federal Carla Zambelli (PL) se atacaram publicamente, enquanto o ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf (Republicanos) correu por fora em busca do aval de Bolsonaro.

A escolha de Pontes, filiado ao PL, ocorre após desistência do apresentador José Luiz Datena, que era cotado a formar chapa com Tarcísio.

Janaina foi ontem ao Twitter ontem comentar o anuncio feito por Tarcísio. “Quando Datena era pré-candidato, o discurso do ministro Tarcísio para apoiá-lo era o de que ele tinha uma elevada expectativa de votação na população menos favorecida e traria votos à chapa. Com a desistência, vários nomes foram ventilados e, hoje, o pré-candidato foi anunciado”, escreveu. “Muitos estão pensando no Senado ideal para a hipótese de vitória de Bolsonaro. Eu quero um Senado forte, especialmente para o caso de vitória de Lula!”, acrescentou.

Janaina acusa Tarcísio e Zambelli de pressioná-la a desistir. Na última quinta-feira, reclamou do assédio. “Toda hora me liga um (articulador de Bolsonaro). A pergunta é: “A senhora vai desistir? Por que você vai concorrer?”. Eu não vou desistir. Eu tenho o direito de concorrer”, disse ela ao GLOBO.

Em maio, Janaina e Zambelli já tinham se desentendido nas redes sociais pelo mesmo motivo. Na ocasião, Janaina sugeriu que Bolsonaro estava articulando uma candidatura “de pau mandado”, numa indireta a Zambelli.

Em resposta, ela postou que era candidata a deputada federal, mas que “por essas e outras”, referindo-se à Janaina, teria recebido pedidos para concorrer ao Senado.

“Eu vou concorrer (a senadora). Você concorre também. Perde todo mundo. No cenário com todo mundo, só o Márcio (França) ganha. E o presidente que arque com as consequências”, afirmou Janaina.

Perfil moderado

Enquanto as duas batiam boca, Marcos Pontes já estava a um passo de ser lançado oficialmente para o Senado, segundo informou o colunista Lauro Jardim, do GLOBO.

Quanto a Zambelli, a preferência no PL, partido de Bolsonaro, é que ela puxe votos para a Câmara.

Aliados de Tarcísio defenderam o astronauta na vaga por causa de seu perfil mais moderado em relação a Zambelli, embora tenha menos apelo junto à militância.

Janaina, por sua vez, critica Pontes por supostamente “não ter chances” numa eleição majoritária.

Na última semana, o PTB, que integra a coalizão, lançou a ex-deputada Cristiane Brasil para o Senado. Os partidos da aliança foram pegos de surpresa, mas reservadamente não têm demonstrado preocupação com a candidatura, que julgam não ser competitiva. Também no campo, o deputado Marco Feliciano (PL) anunciou na quinta-feira a sua desistência ao Senado, afirmando que “todos os conservadores devem se unir em torno de uma candidatura única”.

Bolsonaro comentou a disputa no fim de semana passado. Disse que não poderia escolher o candidato ao Senado para não se indispor com os outros postulantes bolsonaristas.

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