Ernesto Araújo diz que a ditadura no Brasil é questão de interpretação

Segundo jornal O Globo, ministro respondeu a questionamento de deputado federal sobre uso de livro de torturador em palestra

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

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O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que a existência da ditadura militar no Brasil “se trata de uma questão de interpretação da história brasileira”. A informação é do jornal O Globo.

Segundo o veículo, a declaração foi uma resposta a um ofício protocolado pelo deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ) na Câmara dos Deputados, solicitando explicações a Araújo sobre o uso de um livro do coronel Carlos Brilhante Ustra, famoso torturador da ditadura, para embasar uma palestra.

O jornal afirma que, no documento, Calero questionou: “A atual gestão do Ministério das Relações Exteriores nega a existência de uma ditadura no Brasil, implementada pelo golpe militar de 1º de abril de 1964?”.

De acordo com o veículo, o ministro negou que Ustra tenha sido usado para uma palestra sua. Na resposta, o chanceler afirmou que “trata-se de uma questão de interpretação da história brasileira, que não compete ao Ministério das Relações Exteriores no contexto da presente consulta”.

Não é a primeira vez que Araújo faz uma declaração desta natureza. Em março de 2019, durante audiência na Câmara dos Deputados, o chanceler disse que não considera a intervenção militar um golpe.


“Considero que foi um movimento necessário para que o país realmente não virasse uma ditadura. Não tenho a menor dúvida em relação a isso”, disse o ministro, na ocasião.

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