Ernesto Araújo defende Eduardo e pede retratação de embaixador chinês

Chanceler afirmou que acusações de Eduardo à China não refletem posição do governo, mas reação de embaixador 'foi desproporcional'

Ernesto Araújo e Eduardo Bolsonaro. Foto: Arthur Max/Ministério das Relações Exteriores

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Após os ataques públicos entre o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e a embaixada da China, o chanceler Ernesto Araújo publicou uma nota em que defende o parlamentar e pede “retratação” do embaixador chinês, Yang Wanming.

Em postagem no Twitter, Eduardo havia culpado o país asiático pela pandemia de coronavírus. O deputado, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, acusou publicamente o principal parceiro comercial do Brasil de “ditadura”, que teria preferido “esconder algo grave a expor tendo desgaste”, a despeito de salvar “inúmeras vidas”.

Em resposta, a embaixada chinesa disse que as palavras de Eduardo “são extremamente irresponsáveis” e afirmou que o deputado “contraiu vírus mental”. Wanming, em sua conta pessoal, disse que as declarações do filho do presidente Jair Bolsonaro são “insulto maléfico contra a China” e que “vão ferir a relação amistosa China-Brasil”.

Em nota, Ernesto Araújo escreveu que as críticas de Eduardo à China “não refletem a posição do governo brasileiro”, mas afirmou que, “em nenhum momento, ele ofendeu o Chefe de Estado chinês”.

“É inaceitável que o embaixador da China endosse ou compartilhe postagem ofensiva ao chefe de Estado do Brasil e aos seus eleitores”, publicou Araújo. “A reação do embaixador foi, assim, desproporcional e feriu a boa prática diplomática. Já comuniquei ao embaixador da China a insatisfação do governo brasileiro com seu comportamento. Temos expectativa de uma retratação por sua repostagem ofensiva ao Chefe de Estado.”


O ministro das Relações Exteriores pediu “respeito mútuo” e declarou que “o Brasil quer manter as melhores relações com o governo e o povo chinês”. Informou ainda que fará uma conversa com Eduardo e o embaixador da China para “promover um reentendimento recíproco”.

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