Política

Entre os aliados e o próprio partido

Para o cientista político Celso Roma, chapa puro-sangue ensaiada por Serra consolaria pré-candidatos tucanos, mas desafio será unir oposição para 2014

A vontade de José Serra desagradou a maioria dos tucanos. Foto: Filipe Araújo/AE
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Passada mais uma semana, ainda não se sabe, ao menos oficialmente, as condições colocadas por José Serra para disputar a prefeitura de São Paulo. Uma delas, conforme o último burburinho, seria a possibilidade de concorrer numa chapa puro-sangue – o que sinalizaria que, com um candidato a vice tucano, Serra poderia, de novo, deixar o posto para alçar voos mais altos e deixar São Paulo sob o controle do partido.

Enquanto Serra não se decide, o tabuleiro da corrida eleitoral na maior cidade do País segue, consequentemente, incerto. Os cenários mudam conforme a movimentação dos atores – no caso, os pré-candidatos.

Fato é que, na opinião do cientista político Celso Roma, a candidatura do tucano será fatalmente um obstáculo às pretensões políticas de Fernando Haddad (PT).

Roma lembra que só a possibilidade de Serra entrar na disputa já fez a cúpula do PT repensar a estratégia para a campanha de Haddad.

Isso porque, se concorrer, entraria já com o apoio do governador Geraldo Alckmin e, muito provavelmente, do prefeito Gilberto Kassab.

A eleição em São Paulo, portanto, diz o especialista em partidos políticos, “projeta um cabo de guerra entre a administração municipal e estadual, de um lado, e, de outro, a administração federal”.

Para se candidatar, Serra teria de chegar sem pedir licença. Vale lembrar que, enquanto não se decide, quatro pré-candidatos ensaiam a realização de prévias que, no fim das contas, podem se revelar um mero simulado. Andrea Matarazzo, Bruno Covas, José Anibal (secretários do governo Alckmin) e o deputado federal Ricardo Tripoli são hoje, oficialmente, os pré-candidatos tucanos.

Para Roma, o cancelamento das prévias do PSDB pode frustrar uma parte dos líderes e demais filiados do partido. A consulta, avalia ele, serviria como incentivo à filiação e atrairia os filiados para dentro do partido – o que não é a tradição tucana, que desde 1988 vê apenas os líderes tomarem as decisões.

Por isso, a chapa pura do PSDB, segundo o analista, seria uma estratégia para justificar o cancelamento das prévias e diminuir o descontentamento de seus pré-candidatos e filiados.

A missão, em consequência, seria reunir em torno dele os líderes do DEM e do PSD. O passo fortaleceria a oposição para a disputa da eleição presidencial de 2014. Mas, ao mesmo tempo, sinalizaria que foi abandonado o projeto de disputar a Presidência, abrindo a possibilidade de o PSDB começar a construir um consenso em torno da indicação de Aécio Neves para 2014.

Em compensação, Serra entraria na disputa como um dos candidatos mais fortes a abater no ar os planos petistas de conquistar a joia da coroa num reduto tucano. O maior desafio de Serra seria convencer os paulistanos de que ele deseja conquistar e cumprir, na íntegra, o mandato de prefeito.

Segundo Roma, os índices de rejeição ao nome de Serra apontados em pesquisas de opinião precisam ser relativizados.

A rejeição é explicada, segundo ele, pela polarização entre o PSDB e o PT em São Paulo. Para Roma, se a senadora petista Marta Suplicy estivesse na disputa, também constaria da lista dos candidatos mais rejeitados pelos paulistanos.

Enquanto isso, a plataforma petista, que passava do flerte a caso sério com o PSD de Kassab, começa a se desenhar com outros contornos.

Uma coisa é certa: a federalização do debate fatalmente levará ao palanque dois projetos de poder. Roma prevê que Haddad subirá para as primeiras colocações assim que começar o horário eleitoral. É quando o eleitor saberá que seu principal cabo eleitoral é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ainda assim, Roma avalia que a disputa será dura: “A opinião do ex-presidente Lula influencia grande número de paulistanos, mas a opinião dele ainda não é o suficiente para definir o resultado da eleição”.

Por fim, Roma diz não acreditar na possibilidade de que uma terceira via ganhe força na disputa. Para ele, a indefinição ideológica de Gabriel Chalita, pré-candidato do PMDB, inviabiliza a conquista do voto de eleitores polarizados entre dois projetos políticos.

Passada mais uma semana, ainda não se sabe, ao menos oficialmente, as condições colocadas por José Serra para disputar a prefeitura de São Paulo. Uma delas, conforme o último burburinho, seria a possibilidade de concorrer numa chapa puro-sangue – o que sinalizaria que, com um candidato a vice tucano, Serra poderia, de novo, deixar o posto para alçar voos mais altos e deixar São Paulo sob o controle do partido.

Enquanto Serra não se decide, o tabuleiro da corrida eleitoral na maior cidade do País segue, consequentemente, incerto. Os cenários mudam conforme a movimentação dos atores – no caso, os pré-candidatos.

Fato é que, na opinião do cientista político Celso Roma, a candidatura do tucano será fatalmente um obstáculo às pretensões políticas de Fernando Haddad (PT).

Roma lembra que só a possibilidade de Serra entrar na disputa já fez a cúpula do PT repensar a estratégia para a campanha de Haddad.

Isso porque, se concorrer, entraria já com o apoio do governador Geraldo Alckmin e, muito provavelmente, do prefeito Gilberto Kassab.

A eleição em São Paulo, portanto, diz o especialista em partidos políticos, “projeta um cabo de guerra entre a administração municipal e estadual, de um lado, e, de outro, a administração federal”.

Para se candidatar, Serra teria de chegar sem pedir licença. Vale lembrar que, enquanto não se decide, quatro pré-candidatos ensaiam a realização de prévias que, no fim das contas, podem se revelar um mero simulado. Andrea Matarazzo, Bruno Covas, José Anibal (secretários do governo Alckmin) e o deputado federal Ricardo Tripoli são hoje, oficialmente, os pré-candidatos tucanos.

Para Roma, o cancelamento das prévias do PSDB pode frustrar uma parte dos líderes e demais filiados do partido. A consulta, avalia ele, serviria como incentivo à filiação e atrairia os filiados para dentro do partido – o que não é a tradição tucana, que desde 1988 vê apenas os líderes tomarem as decisões.

Por isso, a chapa pura do PSDB, segundo o analista, seria uma estratégia para justificar o cancelamento das prévias e diminuir o descontentamento de seus pré-candidatos e filiados.

A missão, em consequência, seria reunir em torno dele os líderes do DEM e do PSD. O passo fortaleceria a oposição para a disputa da eleição presidencial de 2014. Mas, ao mesmo tempo, sinalizaria que foi abandonado o projeto de disputar a Presidência, abrindo a possibilidade de o PSDB começar a construir um consenso em torno da indicação de Aécio Neves para 2014.

Em compensação, Serra entraria na disputa como um dos candidatos mais fortes a abater no ar os planos petistas de conquistar a joia da coroa num reduto tucano. O maior desafio de Serra seria convencer os paulistanos de que ele deseja conquistar e cumprir, na íntegra, o mandato de prefeito.

Segundo Roma, os índices de rejeição ao nome de Serra apontados em pesquisas de opinião precisam ser relativizados.

A rejeição é explicada, segundo ele, pela polarização entre o PSDB e o PT em São Paulo. Para Roma, se a senadora petista Marta Suplicy estivesse na disputa, também constaria da lista dos candidatos mais rejeitados pelos paulistanos.

Enquanto isso, a plataforma petista, que passava do flerte a caso sério com o PSD de Kassab, começa a se desenhar com outros contornos.

Uma coisa é certa: a federalização do debate fatalmente levará ao palanque dois projetos de poder. Roma prevê que Haddad subirá para as primeiras colocações assim que começar o horário eleitoral. É quando o eleitor saberá que seu principal cabo eleitoral é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ainda assim, Roma avalia que a disputa será dura: “A opinião do ex-presidente Lula influencia grande número de paulistanos, mas a opinião dele ainda não é o suficiente para definir o resultado da eleição”.

Por fim, Roma diz não acreditar na possibilidade de que uma terceira via ganhe força na disputa. Para ele, a indefinição ideológica de Gabriel Chalita, pré-candidato do PMDB, inviabiliza a conquista do voto de eleitores polarizados entre dois projetos políticos.

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