Política

Entenda por que PT e PL se uniram para pedir tropas federais na eleição de João Pessoa

A suspeita é que o pleito sofra a influência de facções criminosas; a PF investiga

Entenda por que PT e PL se uniram para pedir tropas federais na eleição de João Pessoa
Entenda por que PT e PL se uniram para pedir tropas federais na eleição de João Pessoa
Os candidatos à prefeitura de João Pessoa, na Paraíba: Ruy Carneiro (Podemos), Luciano Cartaxo (PT) e Marcelo Queiroga (PL) - Vinicius Loures/Câmara dos Deputados/Divulgação/Assembleia Legislativa da Paraíba/ Clauber Cleber Caetano/PR
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Candidatos de PT, PL e Podemos em João Pessoa (PB) apresentaram um pedido à Justiça Eleitoral, nesta quarta-feira 11, para que a eleição na capital paraibana conte com tropas federais. A solicitação envolve a suspeita de que o pleito esteja sob influência da ação de facções criminosas. A Polícia Federal investiga o caso.

O documento é assinado por Luciano Cartaxo (PT), Ruy Carneiro (Podemos) e Marcelo Queiroga (PL), ex-ministro da Saúde sob Jair Bolsonaro. Os três postulantes também acusam o prefeito Cícero Lucena (PP), que concorre à reeleição, de ter vínculos com o crime organizado.

À reportagem, o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba afirmou que o processo será analisado em breve.

“Isso aqui não se trata de uma aliança política, nem um ato eleitoral. O cidadão hoje não tem direito de receber um candidato em sua casa, de fazer uma reunião”, afirmou Cartaxo em coletiva de imprensa. “A relação de crime organizado e prefeitura é gravíssima, precisamos dar o direito de ir e vir em comunidades populares da cidade.

A campanha de Lucena rebateu as acusações e disse que os adversários se uniram em prol de “um festival de preconceito, mentiras e ataques às instituições”. Também afirmou, em nota, que a tese levantada pelos candidatos busca macular sua imagem e a de João Pessoa.

Investigações da PF e da Polícia Civil contra organizações criminosas viraram um ponto central no debate eleitoral da capital paraibana. Na terça-feira, agentes foram às ruas para cumprir mandados de busca e apreensão contra traficantes que supostamente coagem eleitores. Cerca de 35 mil reais em espécie foram encontrados, além de celulares e contracheques de funcionários da prefeitura.

Outra apuração mira uma suposta relação entre a prefeitura e uma facção local que age no tráfico de drogas. A investigação apontou que líderes da organização haviam negociado cargos na administração municipal em troca de acesso livre a comunidades.

Entre os alvos da Operação Mandaré, deflagrada em maio, estava Janine Lucena, secretária-executiva da Saúde e filha do prefeito. À época, o gestor atribuiu as diligências ao fato de ela ter “recebido uma ligação do presídio” em seu telefone.

Com o início da campanha eleitoral, os postulantes à prefeitura relataram episódios de ameaça a eleitores. Carneiro, por exemplo, registrou boletim de ocorrência e pediu escolta à PF ao cancelar uma reunião com moradores após criminosos proibirem a realização do encontro.

A última pesquisa Quaest sobre a disputa em João Pessoa, divulgada em 27 de agosto, mostrava Lucena na liderança com 53% das intenções de voto. O candidato petista tinha 12%, seguido por Carneiro (11%) e Queiroga (7%). Os três estavam tecnicamente empatados.

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