Entenda as suspeitas que motivaram a operação policial contra Jair Renan Bolsonaro

Polícia Civil do DF cumpre, nesta quinta-feira, busca e apreensão nos endereços do filho '04' do ex-presidente; há mandados de prisão contra aliados de Jair Renan

Jair Renan Bolsonaro. Foto: Reprodução/Instagram

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Uso de empresas falsas, identidades forjadas e manejamento de dados de contadores sem consentimento. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), era assim que o grupo alvo da operação ‘Nexum’ – que contava com a participação de Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – agia. Os envolvidos no caso ainda não se pronunciaram sobre a operação.

Ao todo, a PCDF cumpre cinco mandados de busca e apreensão, e dois de prisão. Um dos mentores do esquema, segundo apuração da TV Globo, seria Maciel Carvalho, amigo e instrutor de tiro de Jair Renan. Carvalho tinha sido preso no início do ano. Outra figura importante no grupo, segundo a mesma apuração, é Eduardo Alves dos Santos, que está foragido.

A investigação é conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (DOT), que é ligada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil.

Não há, ainda, acusação formal contra o grupo. Trata-se, assim, de suspeitas que levaram os investigadores à operação deflagrada hoje. Os indícios, portanto, deverão ser baseados em provas, para que se possa verificar se as pessoas envolvidas – entre elas, Jair Renan -, de fato, cometeram crimes.

Nesse sentido, os desdobramentos das investigações podem levar o grupo a responder pelos crimes de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

O que a polícia investiga sobre o suposto esquema

Ponto central para a atuação do grupo é a figura de Antônio Amâncio Alves Mandarrari. O nome, aliás, é falso: os investigadores suspeitam que o grupo tenha criado a identidade falsa para abrir contas em bancos e representar pessoas jurídicas, que serviriam como ‘laranjas’.


A polícia suspeita que o grupo tenha forjado relações de faturamento. De maneira resumida, a relação de faturamento é uma declaração anual referente ao regime tributário do Simples Nacional, que tem como objetivo informar à Receita Federal a receita bruta anual de uma empresa.

Além das relações de faturamento, o grupo teria fraudado outros documentos de empresas criadas de maneira irregular, segundo os investigadores. Uma das formas de fraude consistia em utilizar dados de contadores sem o consentimento dos profissionais.

O nome da operação (‘Nexum’) faz referência ao instituto contratual do direito romano, representando a passagem do dinheiro e a transferência de direitos.

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