Política

Encontro de Boulos com o presidente do Republicanos recebe críticas de parte do PSOL

‘Há muito desconforto na base’, diz a deputada federal Sâmia Bonfim; liderança do partido afirma que a reclamação se limita a um grupo

Foto: Reprodução/Twitter/Guilherme Boulos
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O encontro entre Guilherme Boulos, potencial candidato do PSOL ao governo de São Paulo, e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, ocorrido no dia 18, abriu uma crise em parte da legenda.

A deputada federal Sâmia Bonfim (SP) afirmou que o jantar teria gerado “muito desconforto na base”. Ela criticou também que a página oficial do PSOL tenha divulgado o ocorrido.

“Há uma grande diferença entre dialogar com o povo evangélico e suas lideranças progressistas e estreitar laços e relações com mercadores da fé, donos de partidos e redes de TV que dão guarida à família Bolsonaro, e que inclusive estão agora no plenário da Câmara apresentando a privatização dos Correios. O Republicanos é bolsonarista. Não entendi por que esta posição está na página do partido. Há muito desconforto na base com o ocorrido e o texto vai parar nas redes oficiais do PSOL? Muito desrespeitoso”, declarou a parlamentar em um comentário na postagem.

O post traz a foto de Boulos com a frase: “É imprescindível reconstruir as pontes entre o povo evangélico e a esquerda”.

De acordo com uma liderança que preferiu não se identificar, a crise estaria limitada ao grupo da deputada federal, a tendência interna Movimento Esquerda Socialista. “No segundo semestre vai ter congresso, então esse grupo, que é minoritário, está tentando encontrar elementos”.

Boulos e Pereira – cujo partido abriga o senador Flávio Bolsonaro (RJ) e ocupa o Ministério da Cidadania – se encontraram em um jantar na casa de um amigo em comum. O objetivo teria sido aproximar o potencial candidato da base evangélica e construir pontes, tarefa que o amigo e anfitrião do jantar, Walfrido Warde, estaria cumprindo informalmente.

Nesta quinta, Sâmia voltou a comentar o imbróglio dentro da legenda e as afirmações de que a crise estaria restrita a um grupo interno. “O PSOL busca diálogo com amplos setores no enfrentamento ao Bolsonaro. Conversar com o partido dos filhos do presidente (Republicanos) fere nossos princípios. Não é a posição de uma corrente: é resolução de todos os nossos fóruns, diretórios e até Congressos. Penso que figuras públicas devem se pautar por resoluções tiradas coletivamente”, declarou à CartaCapital.

Nas redes sociais, Guilherme Boulos rechaçou qualquer possibilidade de aliança com o Republicanos e declarou que tem feito aproximação com diversas lideranças evangélicas e que “não adianta pregar para convertidos”.

“O Republicanos não faz parte do arco de alianças do PSOL e vice-versa. As diferenças são de conhecimento público. A questão é outra. Se queremos falar com as maiorias e quebrar estigmatizações temos que ter capacidade de diálogo”, postou o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

A CartaCapital, o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, não quis comentar o assunto.

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