Empresários e banqueiros aderem a nova carta aberta de apoio às urnas

Os signatários rechaçam os 'ataques infundados e desacompanhados de provas' contra 'a lisura do processo eleitoral e o Estado Democrático de Direito'

Jair Bolsonaro na Cúpula das Américas 2022, em Los Angeles. Foto: Jim WATSON/AFP

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Um grupo de empresários aderiu a uma carta em defesa da democracia brasileira e do sistema eleitoral nesta segunda-feira 25. O manifesto, gestado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, ganhou assinaturas de peso no mundo empresarial e financeiro.

Entre os nomes a assinarem o texto estão os de Roberto Setubal e Cândido Bracher (Itaú Unibanco), de representantes da indústria como Walter Schalka (Suzano) e de responsáveis por empresas de bens de consumo como Pedro Passos e Guilherme Leal (Natura).

Assinaram a carta também Eduardo Vassimon (Votorantim), Horácio Lafer Piva (Klabin), Pedro Malan (ex-ministro da Fazenda do governo Fernando Henrique Cardoso), o economista José Roberto Mendonça de Barros e o cineasta João Moreira Salles.

A “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito” será lançada na faculdade em 11 de agosto, no Pátio das Arcadas.

“Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral. Nossa democracia cresceu e amadureceu, mas muito ainda há de ser feito”, diz um trecho da carta.

Em vez de uma festa cívica, prosseguem os signatários, “estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”.


“Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o Estado Democrático de Direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional”, acrescentam, mencionando também o atentado de extremistas de direita contra a sede do Legislativo nos Estados Unidos, no início do ano passado.

“Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão. Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática.”

A carta ganha tração dias depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) reunir embaixadores em Brasília para repetir fake news sobre as urnas eletrônicas e atacar a Justiça Eleitoral. O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, estava presente.

(Com informações da Agência Estado)

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