Política
Em um mês, Sidônio ultrapassa Haddad e Rui Costa em número de reuniões com Lula
O novo ministro-chefe da Secom passou a frequentar círculos íntimos do Planalto, se igualando em prestígio a pastas historicamente poderosas


Em apenas um mês, o chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Sidônio Palmeira, já tomou a liderança no ranking de encontros com o presidente Lula (PT) registrados na agenda oficial. Segundo os documentos do Planalto, foram pelo menos 23 reuniões (individuais ou com a presença de outros ministros).
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, ficou em segundo lugar, com 16 encontros com o presidente. Fernando Haddad, da Fazenda, ocupa o terceiro lugar, com 12 reuniões com o presidente. Os dados são de 14 de janeiro, data da posse de Sidônio, a 14 de fevereiro.
O registro na agenda mostra a importância que Lula tem dado ao novo ministro, que passou a frequentar círculos íntimos do Planalto, se igualando em prestígio a pastas historicamente poderosas (e chefiadas por petistas), como a Fazenda e a Casa Civil.
A virada ocorreu após o governo ver sua popularidade despencar. Uma pesquisa Genial/Quaest, divulgada em 27 de janeiro, revelou que a desaprovação a Lula superou a aprovação pela primeira vez desde janeiro de 2023. O dado acendeu um alerta e fortaleceu as críticas, dentro da base governista, à gestão da Secom sob o comando de Paulo Pimenta.
Com larga experiência em marketing político, o publicitário baiano coordenou a comunicação digital da campanha presidencial de Lula em 2022 e já trabalhava há meses como consultor informal do presidente. No seu primeiro mês, Sidônio não perdeu tempo e promoveu uma dança das cadeiras na pasta, trazendo para o governo nomes da equipe do prefeito de Recife, João Campos (PSB).
O objetivo do marqueteiro é dar um ar mais jovem para a comunicação de Lula, usando especialmente as redes sociais. Um dos exemplos é a campanha “O Brasil é dos brasileiros”, que usou de bonés e aludiu ao slogan trumpista Make America Great Again para fazer um contraponto ao presidente dos EUA, Donald Trump, e pautar o debate público.
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