Política

Em reviravolta, CPMI do INSS elege o senador Carlos Viana como presidente

Com apoio do governo, Davi Alcolumbre havia escolhido o senador Omar Aziz para comandar o colegiado; o político, no entanto, foi derrotado em votação

Em reviravolta, CPMI do INSS elege o senador Carlos Viana como presidente
Em reviravolta, CPMI do INSS elege o senador Carlos Viana como presidente
O senador Carlos Viana. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
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O Congresso Nacional instalou nesta quarta-feira 20 a CPMI do INSS, com a eleição do presidente, o senador Carlos Viana (Podemos-MG).

A eleição foi marcada por uma reviravolta. Apesar do acordo para o senador Omar Aziz (PSD-AM) assumir, escolhido pelo presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP), com o apoio do governo federal, Viana venceu por 17 votos a 14.

Derrotado, Aziz disse que deseja “toda a sorte” a Viana. “Que ele possa conduzir os trabalhos de forma isenta. Que ele possa fazer um trabalho digno”, disse.

Mesmo assim, Aziz cobrou senadores e deputados que não estavam no colegiado no momento da votação. Congressistas como Alessandro Vieira (MDB-SE) e Renan Calheiros (MDB-AL) não participaram da eleição, não registrando seus votos – que podiam fazer a diferença.

O líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (PT-AP), disse que não faltou articulação da situação para definir o presidente e que a derrota de Aziz não é uma derrota do governo: “Ainda temos maioria”, disse o senador.

Após a vitória de Viana, a mesa foi tomada pelos bolsonaristas. Magno Malta (PL-ES) e Marcel van Hattem (Novo-RS) se sentaram nos lugares dos vices. A imagem antecipou o movimento da oposição que tomou o colegiado em discursos. Os bolsonaristas atribuíram a vitória à articulação de Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara dos Deputados.

A primeira reunião da CPMI do INSS. Foto: Vinícius Nunes/CartaCapital

Mudança na relatoria

Em sua primeira declaração como presidente, Carlos Viana disse que confia no bom senso, responsabilidade e respeito de todos os congressistas. “Essa CPMI não será uma batalha ideológica”, afirmou.

Em seguida, ele indicou como relator o deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Era esperado, inicialmente, que a relatoria fosse de Ricardo Ayres (Republicanos-TO), conforme havia divulgado Hugo Motta, presidente da Câmara, na última sexta-feira.

A CPMI

O objetivo da comissão é investigar o esquema de fraudes e desvios na Previdência Social. Os desvios podem chegar a 6,3 bilhões de reais, segundo investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União.

A criação do colegiado aconteceu em junho, com a leitura do pedido de instalação em uma sessão conjunta de deputados e senadores. A comissão mista terá 15 senadores e 15 deputados fixos, com o mesmo número de suplentes.

A CPMI deve aprofundar a disputa entre governo e oposição. O Palácio do Planalto aposta que a investigação poderá evidenciar que o esquema se estruturou durante a gestão Jair Bolsonaro (PL), enquanto a oposição tenta desgastar Lula (PT), cobrando ações de fiscalização e responsabilização.

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