Política

Em reunião com Bolsonaro, WhatsApp confirma megagrupos só depois das eleições

A decisão é uma derrota do ex-capitão; a plataforma reforçou não ter havido influência do TSE na definição do lançamento

Em reunião com Bolsonaro, WhatsApp confirma megagrupos só depois das eleições
Em reunião com Bolsonaro, WhatsApp confirma megagrupos só depois das eleições
Foto: EVARISTO SÁ/AFP
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O WhatsApp reforçou nesta quarta-feira 27 que a nova ferramenta de comunidades, que permitirá ampliar o alcance de grupos, só entrará em funcionamento no Brasil após as eleições deste ano. Representantes da plataforma se reuniram nesta manhã, no Palácio do Planalto, com o presidente Jair Bolsonaro.

Após o encontro, o WhatsApp emitiu uma nota na qual afirmou não ter havido influência do Tribunal Superior Eleitoral na definição da data de lançamento da ferramenta.

A empresa diz ter considerado “a confiabilidade do funcionamento do recurso e sua estratégia de negócios de longo prazo”. Essa decisão, prossegue a nota, “não foi tomada a pedido nem por acordo com o Tribunal Superior Eleitoral”.

Ainda segundo o aplicativo, o lançamento “só acontecerá após as eleições de outubro”.

Em fevereiro, o WhatsApp acertou com o TSE os caminhos para combater a desinformação durante o processo eleitoral. Na ocasião, o CEO do WhatsApp, Will Carhcart, se comprometeu a não executar nenhuma mudança significativa no Brasil antes das eleições.

A ideia do novo recurso do WhatsApp é permitir a criação de grupos com milhares de pessoas: a princípio, as comunidades, que buscam atingir pequenos grupos com o mesmo interesse, teriam limite de 10 grupos com 256 integrantes cada, mas o aplicativo estuda a possibilidade de aumentar o número para 512 usuários por grupo e também elevar a quantidade de grupos por comunidades.

Durante uma motociata em São Paulo em 15 de abril, Bolsonaro atacou o TSE pelo acordo com o WhatsApp.

“O que eu tomei conhecimento nesta manhã é simplesmente inaceitável, inadmissível e inconcebível. O WhatsApp passa a ter uma nova política para o mundo, mas uma específica para o Brasil. Isso após um acordo com três ministros do TSE”, discursou o ex-capitão a seus militantes. “Cerceamento, censura, discriminação, isso não existe. Ninguém tira os direitos por você, nem por lei, que dirá por um acordo. Esse acordo não tem validade e nós sabemos como proceder.”

Dias depois, durante o feriado de Páscoa, Bolsonaro retomou o assunto em entrevista à CNN Brasil: “Já conversei com o (ministro das Comunicações) Fábio Faria. Vai conversar com representante do WhatsApp aqui no Brasil para explicar. Se ele pode fazer um acordo com o TSE, pode fazer comigo também. Por que não?”.

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