Em Portugal, Lula critica privatizações: ‘O patrimônio ficou menor e a qualidade do serviço não melhorou’

Em evento com empresários europeus, o presidente prometeu não vender mais estatais brasileiras

Foto: PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP

Apoie Siga-nos no

O presidente Lula (PT) criticou, nesta segunda-feira 24, a venda das empresas estatais brasileiras para a iniciativa privada promovida nos últimos 6 anos pelas gestões de Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB). Em evento com empresários europeus, durante sua passagem por Portugal, Lula prometeu não privatizar novas empresas durante a sua gestão.

“No Brasil, nós não vamos mais vender empresas públicas. O que queremos é convidar empresários para fazer conosco aquilo que queremos fazer de novo”, iniciou Lula na conversa com os empresários.

Segundo explicou, sua posição foi adotada porque as privatizações promovidas pelos últimos governos ficaram aquém do esperado. “Nos últimos 6 anos se vendeu muito patrimônio público, mas não para construir outro, se vendeu patrimônio para simplesmente pagar juros da dívida pública”, criticou. “Nos desfizemos do nosso patrimônio, o patrimônio ficou menor e a qualidade do serviço não melhorou”.

Para Lula, o maior exemplo das problemáticas privatizações promovidas pelas gestões passadas é a Eletrobras. “A primeira coisa que a diretoria fez depois de comprar a Eletrobras foi aumentar o salário de 60 mil reais por mês para 360 mil reais por mês”, destacou.

“Se você acha um absurdo, eu agora tenho que indicar um conselheiro para essa empresa. Um conselheiro que vai trabalhar uma vez por mês e ganhar 200 mil reais. Essa é apenas uma demonstração da desfaçatez que aconteceu no Brasil”, completou o petista.

Durante sua participação no evento, Lula também fez duras críticas ao afastamento internacional promovido por Bolsonaro e Temer. “Durante estes últimos 6 anos, nosso país foi recusado por outros países”, disse. “O Brasil não recebia nenhum presidente e nosso presidente não viajava para nenhum país porque ninguém tinha interesse em conversar com pessoas que não se comportavam de forma civilizada”.


Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.