Em ordem a subordinados, comandante do Exército cobra coesão e pede atenção ao arcabouço fiscal

O general Tomás Paiva alegou haver 'desconhecimento' da sociedade sobre ações realizadas pela Força

Foto: Divulgação/Exército

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O comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, assinou um documento interno no qual afirma que os quadros devem pautar suas ações pela legalidade e pela legitimidade. Também fez um chamado à coesão, em meio a investigações que atingem militares da Força.

A Ordem Fragmentária nº 1 foi publicada em um boletim interno na última sexta-feira 18. Nela, Paiva sustenta que o Exército é uma instituição “coesa, integrada à sociedade e em permamente estado de prontidão”.

O comandante alega haver um “desconhecimento” da sociedade sobre ações desenvolvidas pela Força e pede “maior inserção e integração” de temas ligados à defesa nacional nos meios acâdemicos e industriais.

“Os quadros da Força devem pautar suas ações pela legalidade e legitimidade, mantendo-se coesos e conscientes das servidões da profissão militar, cujas particularidades tornam os direitos e os deveres do cidadão fardado diferentes daqueles dos demais segmentos da sociedade”, diz o documento.

Paiva cobra a adoção de algumas medidas, entre elas a intensificação de ações para “a proteção e o fortalecimento da imagem e da reputação”, a fim de evitar a “desinformação”. Defende também atuar em conjunto com a Marinha e a Aeronáutica para garantir um sistema de proteção social “adequado às necessidades da Família Militar”.

Um dos itens da ordem menciona a necessidade de acompanhar a tramitação do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados, “visando ações oportunas para o atendimento de demandas reprimidas”.


Entre as decisões concretas assinadas por Paiva está a criação de grupos de trabalho para apresentar, entre outras demandas, um pedido de recomposição salarial dos militares.

O envio do documento aos subordinados ocorre em meio ao avanço das investigações sobre o papel do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, em um suposto esquema de desvio de presentes oficiais recebidos pelo governo do ex-capitão.

Em 11 de agosto, um dos alvos de uma operação deflagrada pela Polícia Federal no caso das joias foi o segundo-tenente do Exército Osmar Crivelatti, braço direito de Cid. Também entrou na mira da corporação o general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ajudante de ordens de Bolsonaro.

O Exército também lançou um edital para contratar uma pesquisa de imagem sobre a Força, com duas mil entrevistas. O pregão está marcado para esta terça-feira 22 e o custo previsto é de 173,7 mil reais.

Segundo a Comunicação Estratégica, “há necessidade de fortalecer a imagem do Exército como instituição nacional e permanente, coesa e integrada à sociedade, e para tal é preciso estar ciente do que pensa a sociedade brasileira, por meio de pesquisas de opiniao gabaritadas”.

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