Política

Em oito anos, valor de terreno cresceu 25 vezes

Terreno vale hoje R$ 180 milhões. “É uma mina de ouro, alvo de especulação imobiliária intensa”, diz o vereador Wagner Balieiro (PT)

Policiais atiram contra assentamento Pinheirinho, Foto: Felipe Milanez
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Nos últimos nove anos, desde que foi ocupado por famílias para moradia, o terreno que abrigava o assentamento Pinheirinho valorizou cerca de 25 vezes. Em 2004,o preço da área era em torno de sete milhões de reais. Hoje, o terreno pode ser vendido por 180 milhões de reais, segundo três vereadores de São José dos Campos ouvidos por CartaCapital.

“É uma mina de ouro, alvo de especulação imobiliária intensa”, diz o vereador Wagner Balieiro (PT).

O terreno, de cerca de 1,1 milhão de metros quadrados, pertencia a uma área industrial da cidade. Para que os moradores continuassem no local de forma legalizada, a prefeitura deveria enquadrar o bairro popular como uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) – o que diminuiria parte de seu valor no mercado, segundo o vereador.

Fator que pode ser uma das chaves para explicar a resistência em desapropriar a área em benefício dos moradores, segundo a vereadora Amélia Naomi (PT).

“Tem interesses muito grandes dos empresariados para construir condominío de luxo”, afirma o vereador Tonhão Dutra (PT).

Interesses que, segundo Balieiro, podem ser explicados pela localização do terreno. Na frente, está um setor industrial de alta tecnologia, com valor agregado. Além disso, a área faz fronteira com condomínios de luxo localizados em Jacareí, cidade vizinha a São José dos Campos.

“Na região sul da cidade, faltam terrenos daquele porte para grandes empreendimentos”, explica Balieiro. “Pode ter sido um dos motivos dessa desocupação: o valor da área é imenso”.

 

Antes da ocupação, o local era abandonado.  Segundo Dutra, era área de desova de cadáveres. Balieiro estranha o fato de que a própria parte interessada na desapropriação (a massa falida da empresa Selecta, de Naji Nahas) havia concordado com uma trégua de 15 dias, rompida no quinto pela ação da PM, segundo ele. “Não tem lógica um negócio desses. Eu presumo que, com certeza, seja algo ligado ao mercado imobiliário”, diz.

Os vereadores estiveram nesta tarde nos locais de triagem e abrigo aos moradores despejados. Naomi relata que cenário é de tristeza. “Os moradores estão muito tristes com a perspectiva. A maioria das casas é de alvenaria. O trator passou com a televisão, com geladeira, com tudo junto”, diz. “Tem bomba caindo na tenda de cadastramento. Chegamos aqui com o centro de triagem fechado”, aponta Balieiro.

Em 6 de dezembro de 2011, a empresa tinha um débito de IPTU  de 15 milhões e 200 mil reais com a prefeitura. “A única coisa que a gente tem certeza é que a área não vai ser usada para habitação”, diz Balieiro, questionado sobre o possível uso da área depois da reintegração.

Antes de irem para o terreno do Pinheirinho, os moradores, segundo o vereador, haviam ocupado Conjunto Habitacional do governo, que ainda não havia sido distribuído, mas que já havia sido concluído muito antes.

Os moradores foram transferidos para um terreno da prefeitura, de onde foram despejados pouco tempo depois. “Houve uma pancadaria com a Guarda Civil Municipal generalizada na época e foram parar no Pinheirinho”, afirma.

Lá, foram pegos de surpresa com o pedido de reintegração de posse da massa falida da Selecta, que corre na Justiça desde então.

Nos últimos nove anos, desde que foi ocupado por famílias para moradia, o terreno que abrigava o assentamento Pinheirinho valorizou cerca de 25 vezes. Em 2004,o preço da área era em torno de sete milhões de reais. Hoje, o terreno pode ser vendido por 180 milhões de reais, segundo três vereadores de São José dos Campos ouvidos por CartaCapital.

“É uma mina de ouro, alvo de especulação imobiliária intensa”, diz o vereador Wagner Balieiro (PT).

O terreno, de cerca de 1,1 milhão de metros quadrados, pertencia a uma área industrial da cidade. Para que os moradores continuassem no local de forma legalizada, a prefeitura deveria enquadrar o bairro popular como uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) – o que diminuiria parte de seu valor no mercado, segundo o vereador.

Fator que pode ser uma das chaves para explicar a resistência em desapropriar a área em benefício dos moradores, segundo a vereadora Amélia Naomi (PT).

“Tem interesses muito grandes dos empresariados para construir condominío de luxo”, afirma o vereador Tonhão Dutra (PT).

Interesses que, segundo Balieiro, podem ser explicados pela localização do terreno. Na frente, está um setor industrial de alta tecnologia, com valor agregado. Além disso, a área faz fronteira com condomínios de luxo localizados em Jacareí, cidade vizinha a São José dos Campos.

“Na região sul da cidade, faltam terrenos daquele porte para grandes empreendimentos”, explica Balieiro. “Pode ter sido um dos motivos dessa desocupação: o valor da área é imenso”.

 

Antes da ocupação, o local era abandonado.  Segundo Dutra, era área de desova de cadáveres. Balieiro estranha o fato de que a própria parte interessada na desapropriação (a massa falida da empresa Selecta, de Naji Nahas) havia concordado com uma trégua de 15 dias, rompida no quinto pela ação da PM, segundo ele. “Não tem lógica um negócio desses. Eu presumo que, com certeza, seja algo ligado ao mercado imobiliário”, diz.

Os vereadores estiveram nesta tarde nos locais de triagem e abrigo aos moradores despejados. Naomi relata que cenário é de tristeza. “Os moradores estão muito tristes com a perspectiva. A maioria das casas é de alvenaria. O trator passou com a televisão, com geladeira, com tudo junto”, diz. “Tem bomba caindo na tenda de cadastramento. Chegamos aqui com o centro de triagem fechado”, aponta Balieiro.

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