A primeira transmissão ao vivo de Jair Bolsonaro em parceria com Sergio Moro, nesta quinta 4, deu destaque a temas menos ligados à pasta do ministro. Durante a transmissão, o presidente gastou 3 minutos e 35 segundos detalhando um projeto de fomentar o consumo e a produção de peixes no Brasil.
O assunto teve mais atenção que a reforma da Previdência — 2 minutos e 32 segundos, dos quais 37 segundos serviram para rebater informações que circularam na imprensa. Sobre a reunião que teve mais cedo com partidos do centrão, disse que “não tratou de cargos” e garantiu que não gravou conversas com os políticos.
Sergio Moro falou pouco. Inicialmente, citou dados da Operação Luz na Infância, de combate à pedofilia e falou a tramitação do pacote anticrime. Também aproveitou para divulgar seu recém-criado perfil no Twitter. “Se não der certo, a culpa é do Bolsonaro.”
O paranaense se demorou mais ao citar a operação Aliança, que derrubou dez toneladas de maconha ainda no pé. Segundo ele, a ideia é repetir e intensificar esse tipo de operação ao longo do ano, porque a operação tem “um potencial muito grande para afastar as drogas da população brasileira”.
História de pescador
Em meio a elogios a Israel, Bolsonaro destacou uma parceria com o país para fomentar o cultivo de peixes. O presidente prometeu enviar universitários a intercâmbios de curta duração no país, para que eles aprendam técnicas de criação de peixes e técnicas de combate à seca, como o gotejamento.
Também estaria em curso, segundo Bolsonaro, uma parceria com o Paraguai. “Quando estivemos em Itaipu, nós levantamos junto ao presidente usar o mar de água doce para cultivo de peixes. Foi feito o contato na hora. Nessa semana ou semana que vem, vão se encontrar para criar, em cercadinhos, tilápia e outros peixes que podem ser criados aí”, disse.
O general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, também participou do encontro. Em uma longa declaração, de 2 minutos e 42 segundos, Heleno procurou colocou panos quentes nas críticas à postura do Brasil em relação ao mundo árabe, estremecida pelo alinhamento com Israel. “A comunidade árabe é numerosíssima, eles são nossos parceiros econômicos e isso não será afetado pela visita a Israel, vamos continuar a cultivar esse relacionamento com a comunidade árabe.”
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