Política
Em live com Boulos, Lula aborda apagão e critica Nunes por não ter feito poda de árvores
O apagão que atingiu São Paulo na semana passada é o principal foco da campanha de Boulos


Após cancelar um ato por conta das chuvas, o presidente Lula (PT) realizou neste sábado 19 uma live ao lado do candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL). Na transmissão, o presidente fez críticas a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) com o apagão que atingiu a capital na última semana.
“Todo o prefeito em São Paulo, todo vereador, sabe que toda a vez que chove tem problema de árvore. Então era obrigação do prefeito ter podado [as árvores]”, disse o presidente. Apesar das falas, o presidente afirmou que não quer ficar “batendo boca” sobre a responsabilidade do apagão na capital paulista.
Lula criticou ainda a Agência Nacional de Energia Elétrica, autarquia responsável por fiscalizar a Enel, empresa que distribui a energia em São Paulo. O presidente lembrou que Sandoval Feitosa, diretor-geral da Eneel, foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Eu tomei posse de 1º de janeiro de 2023, e quem está nas agências é gente indicada pelo governo passado. Inclusive o presidente do Banco Central. Agora é que eu vou começar a mudar gente da agência para poder colocar gente comprometida com o povo. Eu nem conheço as pessoas, esse é o dado concreto”, disse.
Reta final da campanha
Enquanto a reta final da campanha se aproxima, o reforço de Lula a Boulos é importante para o psolista, já que Nunes segue à frente nas intenções de voto para a prefeitura de São Paulo, segundo uma pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira 17.
Nunes registra 51%, contra 33% de Boulos. Brancos e nulos são 14%, enquanto 2% não sabem ou não responderam. Outro obstáculo para Boulos é a rejeição: 56% dos eleitores não votariam no psolista (eram 58% na semana passada). No caso de Nunes, o índice é de 35% (eram 37%).
O segundo turno ocorrerá em 27 de outubro. Até lá, Boulos tentará reeditar a eleição de 2012, quando houve a única virada entre turnos na capital paulista: naquela ocasião, Fernando Haddad (PT) conseguiu reverter a desvantagem para José Serra (PSDB) e vencer o pleito. O contexto, porém, é distinto e apresenta novos obstáculos, conforme demonstrou CartaCapital.
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