Política

Em evento de combate à corrupção, Ciro é questionado sobre João Santana na Lava Jato e rebate: ‘Condenação eterna é nazismo’

Pré-candidato diz que seu marqueteiro, condenado por lavagem de dinheiro, ‘já pagou suas penas’

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Em evento organizado pelo próprio partido para debater medidas de combate à corrupção, o pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, foi questionado por ter João Santana na comunicação de sua pré-candidatura. O pedetista justificou que o marqueteiro “não foi condenado por corrupção”, mas que já “pagou suas penas”, por isso não haveria contradição em contratá-lo para sua campanha.

Santana comandou as bem-sucedidas campanhas dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ele foi condenado, no âmbito da operação Lava Jato, por lavagem de dinheiro após confessar em delação premiada o uso de caixa dois nas eleições. Em 2021, foi contratado pelo PDT para trabalhar a candidatura presidencial de Ciro.

Ciro foi questionado pelo pesquisador Bruno Carazza, convidado para compor uma das mesas do seminário, como o pedetista discutiria estratégias de combate à corrupção com o eleitorado brasileiro tendo contratado o “símbolo dessa aliança entre o sistema político e o sistema de elite econômica que acabou degenerando em corrupção”.

— O João Santana nunca foi condenado por corrupção. Ele sofreu uma condenação, ainda que tenha sido Sergio Moro que o julgou, que não é propriamente alguém de quem se admire a isenção, por vícios de caixa 2. E, nisto, cometeu um erro indesculpável, foi condenado, pagou todas as penas e está de volta à sociedade — afirmou o presidenciável.

Na coletiva de imprensa após o evento, o pedetista disse ser “nazismo” defender a “condenação eterna” e defendeu o aliado. Momentos antes, ele propôs “criminalizar para valer o caixa dois” como uma das medidas de combate à corrupção.

O seminário contou com a presença de nomes como a ex-senadora Heloisa Helena (Rede Sustentabilidade), o ex-desembargador Walter Maierovitch e o sociólogo Jessé Souza. Ao longo do debate, o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (Podemos), possível adversário de Ciro na eleição, foi duramente criticado e associado à corrupção no Poder Judiciário. Ciro e Moro disputam o terceiro lugar nas pesquisas de intenção de votos.

Próxima a Ciro, Heloisa defende autonomia dos quadros da Rede para apoiar candidatos na eleição de outubro. Isso porque seu partido aprovou no fim de semana a formação de uma federação com o PSOL, que deve apoiar Lula no pleito. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) já anunciou que trabalhará na campanha do petista, enquanto outros nomes do partido preferem, ao menos no primeiro turno, apoiar outro candidato.

Questionado sobre o palanque que terá em São Paulo na eleição, visto que o PDT ainda não tem nome para disputar o Palácio dos Bandeirantes, Ciro aproveitou para criticar Fernando Haddad (PT), Lula e Guilherme Boulos (PSOL) pela aliança entre Lula e o ex-tucano Geraldo Alckmin, hoje próximo de se filiar ao PSB para ser vice do ex-presidente. Ele negou estar isolado na disputa.

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