Política
Em evento com empresários, Doria diz que passou a enxergar a ‘pobreza real’
Pré-candidato à Presidência pelo PSDB, ele defendeu sua continuidade na corrida eleitoral. “Você está vendo a terceira via aqui, na sua frente”
O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) propagandeou a sua candidatura para a Presidência da República em evento do Grupo de Líderes Empresariais, o Lide, com exaltações à sua gestão no estado paulista e críticas aos adversários Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Doria declarou que não deixou de ser “um liberal”, mas que agora é um “liberal-social” e expressou suas preocupações com as camadas mais vulneráveis.
“Sempre fui um liberal. Mas agora sou um liberal-social”, afirmou à plateia de representantes do mercado. “Porque eu vi a dimensão da pobreza real, que muitas vezes nós, empresárias e empresários, não conseguimos enxergar. Hoje, eu enxergo.”
Em outro momento, Doria disse que o caminho para superar a polarização entre Lula e Bolsonaro é “ampliar as forças do centro democrático” que, segundo ele, envolvem os partidos PSDB, Cidadania, MDB e União Brasil, para “termos uma candidatura única”.
Em resposta a uma pergunta de Stéphane Engelhard, do grupo Carrefour Brasil, intitulou-se como representante da “via da esperança”.
“Primeiro, você está vendo a terceira via aqui, na sua frente, está usando o microfone agora”, declarou o tucano, lançado como candidato do PSDB ao Planalto.
O ex-governador prometeu que, se eleito presidente da República, não promoverá nenhuma alteração na reforma trabalhista, diferentemente de Lula, que demonstrou simpatia pela ideia. Disse ainda que a reforma, aprovada na era de Michel Temer (MDB), é uma “conquista” e que favorece a “igualdade”.
Outro plano do pré-candidato pelo PSDB é assumir uma agenda de desestatizações e acelerar a privatização de empresas públicas como os Correios.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.