Em discurso de posse, Tarcísio exalta Bolsonaro, prega diálogo e diz que SP ‘precisa ter mais voz’

Sem mencionar Lula, o novo governador disse a parlamentares estar pronto para a 'discussão de ideias'

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foto: GOVSP

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O novo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fez agradecimentos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que exercerá o seu mandato por meio do diálogo, durante discurso de posse na Assembleia Legislativa paulista, na capital do estado, neste domingo 1º.

Freitas se mostrou grato a Bolsonaro pelo período em que foi ministro da Infraestrutura, desde 2019, e pelo apoio que recebeu na campanha ao Palácio dos Bandeirantes.

Na política, inicio os meus agradecimentos, como não poderia deixar de ser, ao presidente Jair Bolsonaro, que me lançou este desafio, que enxergou o que ninguém havia enxergado naquele momento. Quanta ousadia”, declarou.

O novo governador prosseguiu:

“A montagem do Ministério em 2019 já havia sido ousada. Houve aposta em técnicos desvinculados das pressões partidárias, padrão que estamos reproduzindo em São Paulo”, afirmou. “A indicação irresponsável de dirigentes é a raiz da ineficiência, da corrupção, do fisiologismo e, por que não dizer, desmoralizam a própria democracia.”

Ainda em relação ao governo Bolsonaro, Freitas enalteceu a realização de leilões de concessão, reformas e marcos. Parte dessas ações, no entanto, deve ser revista pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme diagnóstico crítico da equipe de transição.


Freitas também afirmou que governará por meio do diálogo, ao se dirigir aos parlamentares da Alesp e ao prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), presentes na cerimônia.

“Esperamos aqui a interlocução, o diálogo franco. Nós, do governo, estaremos prontos para a discussão de ideias, para a construção de caminhos. Não somos donos da verdade. Não hesitaremos em dar passos atrás quando necessário, mas estamos extremamente cientes da nossa responsabilidade e comprometidos com o acerto”, disse.

Freitas não mencionou Lula. Ao fim do discurso, o governador, carioca, afirmou que “São Paulo precisa ter mais voz”, pela importância econômica e política do estado.

Além disso, indicou alguns temas como prioridade em seu governo, como a assistência a dependentes químicos na Cracolândia, a transição energética, a diminuição da carga tributária, os investimentos em infraestrutura, a melhoria na mobilidade e na saúde e a superação da fome e do analfabetismo.

O novo governador exaltou, ainda, uma “economia aberta” e fez elogios à iniciativa privada, que chamou de “mais competitiva e mais integrada internacionalmente”.

Apesar de ter sido indicado por Bolsonaro, Freitas também tem como padrinho político o presidente do PSD, Gilberto Kassab, ex-ministro das Cidades de Dilma Rousseff (PT) e provável base do governo de Lula, com cargos do partido em ministérios. O vice do novo governador, Felício Ramuth, também é do PSD.

O próprio Tarcísio de Freitas participou do governo Dilma, como diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o DNIT.

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