Em decreto, Bolsonaro libera retomada de indústrias e construção civil

O presidente Jair Bolsonaro publicou um decreto nesta quinta-feira 7 atribuindo as atividades de indústrias e construção civil como serviços essenciais. Ele também citou, durante live realizada em suas redes sociais, que novos segmentos devem ser inclusos na sexta-feira, sem revelar quais.

Em fala à imprensa na chegada ao Palácio do Planalto, o presidente voltou a defender a retomada econômica do País. “Quem tem dinheiro, tem poupança fica em casa, mas a maioria esmagadora da população brasileira não tem como ficar em casa . Estou vendo medidas de autoridades para multar quem está na rua. O cara não tem onde cair morto e quer multar. Se o povo não voltar a trabalhar teremos um caos”, afirmou.

O presidente falou sobre a necessidade de uma retomada rápida das atividades. “Temos que sair o mais rapidamente da situação em que nos encontramos. Precisa-se abrir o comércio, o povo tem que voltar a trabalhar”.

Bolsonaro disse que, sem tomar medidas, não haverá como retomar a economia. “Chega uma hora que não recupera a economia, e sem economia tua vida também vai para o espaço”. Ainda disse que estados e municípios têm perdido arrecadação com as medidas restritivas e buscado socorro em Brasília.

“Eles fecham, perdem arrecadação e vem atrás de recursos da União. E a União como não tem recurso está se endividando. O dinheiro do governo está acabando, se endividar muito acaba elevando a taxa de juros”, emendou.

Ainda de acordo com o presidente, a população das comunidades do Rio de Janeiro só está sobrevivendo porque o movimento do comércio “está intenso”. Bolsonaro disse que viu vídeos em que o comércio nas comunidades está “a todo o vapor”.

As aglomerações tem sido constantes em bairros da zona Oeste do Rio de Janeiro, locais que tem acumulado mortes por coronavírus. Nesta quinta-feira, pela manhã, a prefeitura do Rio interditou o calçadão de Campo Grande, bairro que tem o maior número de mortes por Covid-19. Até a quarta-feira eram 40 mortes e 262 casos confirmados da doença. Em outros bairros da região, como Bangu (39), Realengo (27) e Santa Cruz (27), o número de mortes também é alto.

Também nesta quinta, o presidente se dirigiu ao STF, acompanhado de de assessores, do ministro Paulo Guedes e de um grupo de empresários, para uma reunião de última hora com o presidente da Corte, o ministro Dias Toffoli. O encontro não constava na agenda oficial do presidente.

O intuito da reunião do presidente e sua comitiva de empresários foi solicitar ao ministro do STF uma flexibilização do isolamento social. Os empresários argumentaram a Toffoli que o Brasil está quebrado e que a economia está na UTI. O ministro pediu ao governo organização para estudar o cenário e o que poderia ser feito para isso.

Pelo terceiro dia seguido, o Brasil contabiliza mais de 600 mortos a cada 24 horas. Nesta quinta-feira as mortes no País chegaram a 9.146 e os casos confirmados a 135.106

Assista o momento do encontro de Toffoli com Bolsonaro e sua comitiva empresarial: