Em Cuba, Lula defende regulamentação das plataformas e pede financiamento na transição energética para países em desenvolvimento

Presidente discursou durante reunião de líderes do G77 e insistiu na cobrança de ‘compromissos firmados com países ricos’

EVARISTO SA / AFP

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a regulamentação das plataformas digitais e o enfrentamento ao discurso de ódio e antidemocrático nas redes sociais. A declaração foi dada durante discurso na reunião de líderes do G77, realizada neste sábado 16.

.“O projeto de diretrizes globais para a regulamentação de plataformas digitais, pela Unesco, equilibra a liberdade de expressão e o acesso a informação de forma a coibir a disseminação de conteúdos que contrariam a lei, ameaçam a democracia e os direitos humanos”, declarou.

Ao falar sobre o setor de tecnologia, o presidente destacou como os avanços da computação em rede, a IA e a digitalização trazem possibilidades que há poucas décadas “sequer imaginávamos”, mas pontuou que as inovações possuem “efeitos colaterais ameaçadores”.

Entre os riscos do atual modelo de negócio das multinacionais, o presidente destacou a acentuação da concentração de riqueza que, muitas vezes, alimenta a violação de direitos humanos enquanto fomenta o extremismo e desrespeita as leis trabalhistas. “Corremos riscos que vão da perda de privacidade ao uso de armas autônomas, passando pelo viés racista do algoritmo”.

O encontro do G77, realizado em Havana, reúne países em desenvolvimento que integram as Nações Unidas. Embora não faça parte do grupo, a China também mandou um representante.

Durante o discurso, Lula também voltou a abordar a transição energética ao pedir que países em desenvolvimento tenham financiamentos para tratar o tema, embora o grupo “não tenha a mesma dívida histórica dos ricos”.


“Vamos promover a industrialização sustentável, faremos isso sem esquecer que não temos a mesma dívida histórica que os países ricos pelo aquecimento global”, pontuou. “O princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, permanece inválido. O financiamento climático tem que ser assegurado a todos os países em desenvolvimento respeitando as suas necessidades”, concluiu.

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