Política

Em cerimônia de formatura da Marinha no Rio, Bolsonaro mantém silêncio em eventos oficiais

Presidente completa a marca de 38 dias sem pronunciamentos em agendas presidenciais

O presidente Jair Bolsonaro (PL), durante cerimônia em Escola Naval no Rio. Foto: Reprodução/TV Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou mais uma vez em silêncio em um evento oficial neste sábado, no Rio. O chefe do Executivo acompanhou a formatura de 182 aspirantes da Marinha na Escola Naval, mas optou por não discursar. Com isso, ele completa a marca de 38 dias sem pronunciamentos em agendas presidenciais.

Desde que foi oficializada a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições, no dia 30 de outubro, Bolsonaro tem optado por comparecer apenas a eventos das Forças Armadas, mas sempre sem discursar.

Nesta sexta-feira, o presidente conversou com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, mas seu último pronunciamento oficial foi no dia 2 de novembro, quando fez uma live pedindo para manifestantes liberarem as estradas.

No dia 1º de novembro, dois dias após a divulgação do resultado do pleito, Bolsonaro fez uma declaração no Palácio do Alvorada que durou pouco mais de dois minutos, na qual agradeceu aos 58 milhões de votos recebidos e disse que a reação de apoiadores, que interditaram rodovias, eram “fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu as últimas eleições”.

Na cerimônia deste sábado, o presidente estava acompanhado do Almirante Almir Garnier Santos, atual comandante da Marinha, que entregou o cargo após o anúncio da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição e deixará o posto na segunda quinzena de dezembro.

Seu sucessor no comando da corporação, o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, atual comandante de Operações Navais da Marinha, também estava na cerimônia.

Ele participou de uma reunião interna com o comando da corporação, sem a presença de Bolsonaro. Também estavam no evento o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.

Em seu discurso, Paulo Sérgio Nogueira destacou o prestígio da Marinha e disse que a corporação é fundamental para combater o que chamou de “aventuras arbitrárias a nossa soberania”.

“A Marinha que juntos estamos construindo será cada vez melhor apresentada, moderna e integrada ao Exército Brasileiro e à Força Aérea Brasileira. Isso é essencial para que o Brasil exerça plenamente a sua capacidade de dissuasão de modo a frustrar quaisquer aventuras arbitrárias à nossa soberania. Orgulhem-se de pertencer a uma das instituições com maior credibilidade junto a nossa população. Vocês são parte importante para o futuro do Brasil e defenderão um país cada vez mais forte no cenário internacional”, falou o ministro.

Evento na Escola Naval

No evento deste sábado, foram formados 182 aspirantes, declarados Guardas-Marinha. Entre eles, oito são do sexo feminino e sete são estrangeiros de marinhas da Bolívia, Cabo Verde, Camarões, Panamá e Senegal. Na cerimônia também foram formadas as primeiras seis mulheres integrantes dos Corpos da Armada e de Fuzileiros Navais formadas na Escola Naval e poderão comandar navios e tropas.

É a primeira vez que a instituição forma mulheres aspirantes.

Após 37 dias sem se manifestar publicamente, o presidente Jair Bolsonaro falou com apoiadores que se aglomeraram diante do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, nesta sexta-feira. Por cerca de 15 minutos, fez um discurso no qual reclamou de críticas, disse se responsabilizar pelos seus erros e que o período de reclusão “dói na alma”.

“Estou praticamente há quarenta dias calado, não é fácil. Dói, dói na alma. Sempre fui uma pessoa feliz no meio de vocês, mesmo arriscando minha vida no meio do povo, como arrisquei em Juiz de Fora em setembro de 2018”, afirmou.

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