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Em carta, ex-ministros e cientistas políticos pedem que Lula conceda asilo a Assange

Presidente já criticou a prisão do australiano, acusado pelo governo dos EUA de espionagem e que está preso em Londres desde 2019

As chances de a defesa de Assange reverter a decisão são mínimas - Imagem: Justin Tallis/AFP
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Um grupo formado por cientistas, jornalistas, professores, sindicalistas e ex-ministros deve entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma carta pedindo para que o Brasil conceda asilo político a Julian Assange, fundador do WikiLeaks. A íntegra da carta foi revelada por Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo nesta quarta-feira 28.

Entre os que assinam o documento, estão os pesquisadores da Fiocruz, Renato Cordeiro e Alvaro Nascimento, os ex-ministros José Gomes Temporão, Sérgio Machado Rezende, Ana de Hollanda. 

O australiano Assange foi preso em 2019, apontado como o responsável pelo maior vazamento de documentos das Forças Armadas dos EUA. Ele está preso no Reino Unido e corre sérios riscos de ser extraditado

“Diante dos fatos recentes envolvendo a extradição para os EUA —onde Assange poderá ser condenado a até 175 anos de prisão por revelar fatos verdadeiros a respeito daquele país— um conjunto de profissionais, lideranças da sociedade civil e entidades iniciaram um movimento via redes sociais visando construir uma saída humanitária para o caso, hoje acompanhado de perto por toda a comunidade internacional”, diz trecho da carta.

O grupo propõe que Lula se engaje em um esforço internacional para obter aceitação do asilo político por parte do governo inglês, que mantêm Assange preso. 

“Acreditamos que, independentemente do resultado, este esforço vigoroso em defesa de Assange contribuirá para marcar ainda mais a posição humanitária e progressista do governo brasileiro no mundo, como tem sido a nossa marca desde 1º de janeiro de 2023”, afirma o documento.

Em diversas ocasiões anteriores Lula criticou a prisão de Assange. Ele se reuniu, recentemente, com os atuais representantes do WikiLeaks, quando tornou a defender a liberação do australiano. Em sua recente passagem por Londres, o presidente brasileiro também tratou do tema com termos duros. 

“É uma vergonha que um jornalista que denunciou as falcatruas de um Estado contra outro esteja preso, condenado a morrer em uma cadeia”, disse o petista durante sua ida ao Reino Unido para a cerimônia de coroação do rei Charles III. 

“O cara [Assange] não denunciou nada vulgar. O cara denunciou que um Estado vigiava outros. E isso virou crime contra o jornalista?”, indagou.

Entre os documentos vazados pelo australiano estava um relatório que apontava que o governo americano espionava a então presidente Dilma Rousseff (PT). 

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