Política

Em ato contra Temer, PM usa spray de pimenta e atinge Suplicy

O ex-senador e candidato a vereador de São Paulo foi atingido ao tentar interceder em favor de ambulante, que teve a mercadoria confiscada

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Durante um show-protesto contra o governo Temer na Avenida Paulista, na tarde deste domingo 18, a Polícia Militar jogou spray de pimenta nos manifestantes e atingiu o ex-senador e candidato a vereador de São Paulo Eduardo Suplicy, do PT.

A confusão começou quando policiais tentaram arrancar à força mercadorias de uma vendedora ambulante durante o ato. Alguns manifestantes intercederam em favor do trabalhadora, e foram prontamente repelidos pelos militares.

Suplicy discursava do alto de um carro de som quando avistou o tumulto. Assim que desceu do palco e se aproximou do grupo, foi empurrado por um dos policiais. Em seguida, um PM desferiu golpes de cassetete contra ativistas, que reagiram atirando objetos contra os soldados. 

Quando os policiais começaram a carregar o isopor do ambulante, Suplicy tentou intervir novamente e recebeu um tapa no braço. Em seguida, um policial militar disparou um jato de spray de pimenta no rosto dele. As cenas de violência foram transmitidas ao vivo pela página do petista no Facebook (confira a postagem no fim do texto). A confusão terminou pouco depois.

Convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o ato reuniu cerca de 20 mil manifestantes, segundo os organizadores. Os participantes questionam a legitimidade do presidente Michel Temer e defendem a antecipação das eleições presidenciais, com escolha direta do povo.

“Venderam a tese de que, uma vez aprovado o impeachment e consumado o golpe, haveria reunificação e pacificação do País. Nada mais enganoso. O que existe é um levante popular. Quase todo dia tem um protesto questionando a legitimidade de Temer e os ataques aos direitos sociais e trabalhista”, afirmou Raimundo Bonfim, coordenador da Central dos Movimentos Populares, em entrevista a CartaCapital.

De acordo com Bonfim, integrante da Frente Brasil Popular, a liberação das terceirizações e a proposta que prevê a prevalência do negociado sobre o legislado anulam as proteções previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), deixando o trabalhador vulnerável na relação com o patronato.

 

 

Os movimentos sociais e sindicatos, emenda, tampouco irão aceitar a proposta de Reforma da Previdência do governo, a prever elevação da idade mínima para aposentadoria.

Ao contrário do ocorrido nos atos anteriores, não houve caminhada. Os manifestantes permaneceram concentrados na Avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). “Decidimos fazer um protesto com intervenções culturais, não seria possível puxar uma passeata com todos os músicos e instrumentos”, esclarece Bonfim.

Ele também minimizou o público reduzido em relação aos atos anteriores. “Realizamos manifestações a cada três ou quatro dias, sem muito tempo para organizar as mobilizações, como tínhamos no passado”, diz o coordenador da Central dos Movimentos Populares. “Além disso, estamos no meio das eleições municipais. Boa parte da população e da própria militância está envolvida nas campanhas”.

A expectativa é mobilizar um número maior de manifestantes em 22 de setembro, quando as centrais sindicais planejam uma paralisação nacional contra as mudanças na legislação trabalhista e na Previdência. “Haverá atos por todo o País, estamos apenas aquecendo”.

Confira as imagens captadas por Camila Victor e divulgadas na página de Suplicy:

 

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