CartaExpressa
Em ano de eleição, Bolsonaro expande a isenção de impostos a pastores e outros religiosos
O novo ato desobriga instituições religiosas do pagamento de impostos sobre os salários


A Receita Federal determinou isenções de contribuições previdenciárias sobre os salários dos chamados ministros de confissão religiosa – padres, ministros, pastores e outros.
A proposta estabelece que os salários de “ministros e membros”, desde que comprovados, estão dispensados de pagamento de impostos. Dentre os critérios estão: “grau de instrução, irredutibilidade dos valores, número de dependentes, posição hierárquica e local do domicílio”.
O presidente chegou a dizer, nesta terça-feira (16), que a medida atende ao pedido de pastores evangélicos contra o que chamam de “perseguição” do Fisco.
O ato, publicado em 1º de agosto no Diário Oficial da União, é assinado pelo secretário especial do órgão, Júlio Cesar Vieira Gomes. Vieira Gomes é um antigo conhecido da família Bolsonaro. Apresenta, em especial, uma relação próxima com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), considerado peça-chave para sua nomeação.
O público religioso, sobretudo o “alto clero” de grandes igrejas evangélicas e certas figuras ligadas ao catolicismo ‘linha-dura’, compõe um segmento importante da base de apoio a Bolsonaro. Além da nova isenção de impostos sobre os salários, o Ministério da Economia com aval do Presidente já havia perdoado o equivalente a 1,4 bilhão de reais em dívidas das igrejas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.