Política
Eleições 2020: Orlando Silva, candidato do PCdoB à Prefeitura de SP
Candidatura do deputado federal quebra tradição no partido; veja trajetória


O deputado federal Orlando Silva (PCdoB) foi o escolhido para quebrar uma tradição do partido de sempre apoiar o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo.
Com a proibição das coligações nas eleições parlamentares, muitas legendas resolveram lançar candidatos ao executivo para fortalecer as bancadas no legislativo.
Orlando Silva topou o desafio e diz que levará ao cargo, se eleito, a experiência que carrega como parlamentar e como ex-ministro dos Esportes no governo Lula.
Partido: PCdoB
Vice: Andrea Barcelos
Coligação: –
Considera a eleição na capital paulista uma chance para derrotar o bolsonarismo no Brasil.
Promete, também, levar o racismo estrutural ao centro do debate com o intuito de combatê-lo.
Em busca de espaço
De acordo com as primeiras pesquisas, chegar ao segundo turno da eleição é uma realidade distante ao comunista.
Não é somente pelo baixo desempenho nas primeiras pesquisas, mas, também, por falta de espaço.
Só na esquerda, seu espectro político, além de Silva, a eleição da capital paulista tem Guilherme Boulos (PSOL), Jilmar Tatto (PT) e até Márcio França (PSB).
O eleitorado que pode levar Silva ao segundo turno está dividido em candidaturas que, para muitos, deveriam estar unidas em uma frente ampla de esquerda contra os adversários da direita.
Para Silva, mesmo sem formalização, há uma espécie de união.
“A minha candidatura tem um caráter anti-Bolsonaro e eu sei que as candidaturas do Boulos e do Jilmar também têm. Isso nos faz compor um campo em defesa da democracia, dos direitos do povo e contra o desmonte realizado pelo presidente. É uma luta a favor do Brasil”.
O sucesso e fracasso de Silva na eleição não serão medidos com uma vitória ou uma derrota na disputa pelo executivo. O que valerá ao PCdoB será o número de vereadores eleitos por uma chapa sem coligação.
Biografia
Silva começou sua trajetória no movimento estudantil em Salvador e foi o único presidente negro da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Foi casado com a atriz Ana Petta, com quem teve uma filha, Maria, e um filho, Pedro.
Hoje, é casado com Monique Lemos, professora da rede municipal de ensino da cidade de São Paulo, com quem tem um filho, João.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Emprego e renda são prioridades, diz Orlando Silva antes do debate na Band
Por Alexandre Putti
PCdoB escolhe a enfermeira Andrea Barcelos como vice de Orlando Silva em São Paulo
Por Leonardo Miazzo