Política
Eleições 2020: Levy Fidelix
‘Pai do aerotrem’ fundou o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) e, desde 1996, sempre foi candidato a cargos executivos
O pai do aerotrem, como ele mesmo se intitula, não largou bem nas eleições municipais de 2020 em São Paulo.
Nas principais pesquisas, Levy Fidelix (PRTB) não ultrapassa 1% das intenções de voto.
O fraco desempenho fez com que o candidato recorresse às redes sociais. Em seu perfil no Twitter, publicou o resultado de uma enquete sem registro na Justiça Eleitoral e sem critérios estatísticos.
Lá, ao contrário dos principais institutos de pesquisa, Fidelix é líder disparado.
https://twitter.com/levyfidelix/status/1308247060651667456
O fundador do PRTB disputa, desde 1996, eleições para prefeito, governador e presidente.
Neste ano, aposta novamente no mote “pátria e família em 1º lugar”.
Preterido pelo presidente Jair Bolsonaro que escolheu Celso Russomanno como o seu representante na capital paulista, Fidelix não deve ter desempenho superior ao que indicam as pesquisas oficiais.
O mesmo discurso para muitos candidatos
Na eleição presidencial de 2014, como o próprio Fidelix diz, ele se apresentou como um “candidato de direita com discurso conservador em prol da família, da ética e dos bons costumes, o que lhe rendeu meio milhão de votos”.
Em um debate, se posicionou contra a união de pessoas do mesmo sexo. “Aparelho excretor não reproduz”, disse à época para espanto quase geral.
Partido: PRTB
Vice: Jairo Glikson
Coligação: –
Seis anos depois, e após a vitória de Bolsonaro, o candidato investe no discurso que lhe deu algum destaque em 2014: “Vamos endireitar São Paulo com Deus, Pátria e Família”.
Em busca do eleitorado conservador, com ele, disputam Joice Hasselmann (PSL), Celso Russomanno (Republicanos), Arthur do Val (Patriotas) e até Bruno Covas (PSDB).
Com muitos debates cancelados e pouco tempo de TV, o candidato perde a exposição necessária para fazer a promessa de sempre: o aerotrem.
Biografia
Levy Fidelix cursou comunicação social na Universidade Federal Fluminense. Ele se diz jornalista e publicitário.
Logo depois, fundou uma agência de publicidade. Trabalhou também nos jornais Correio da Manhã e Última Hora. No serviço público, atuou como assessor de comunicação.
Fundou a Revista Interface e depois se tornou âncora do programa televisivo TV Informátika nas emissoras TV Bandeirantes e SBT (entre 1984 e 1985).
Fundou o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) e, desde 1996, sempre foi candidato a cargos executivos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.