Eleições 2020: Joice Hasselmann, candidata do PSL à Prefeitura de SP

Há pouco mais de um ano, a cadeira de prefeita de São Paulo parecia destinada a Joice Hasselmann, deputada federal pelo PSL e que ainda surfava na popularidade e na base aliada do presidente Jair Bolsonaro.

Desde então, afastada da liderança do governo no Congresso e sem relação amistosa com a família do presidente, Joice viu seu capital político cair. Nas redes sociais e na vida real.

As primeiras pesquisas colocaram a candidata no pelotão dos 1%. Nem de longe lembra os mais de um milhão de votos que recebeu no Estado de São Paulo em 2018, quando foi eleita para a Câmara dos Deputados.

Joice Hasselmann critica o presidente Bolsonaro e não pode mais contar com os votos dos bolsonaristas. Aliou-se, em muitos momentos, ao governador João Doria (PSDB), que já tem o seu candidato.

À candidata, nesta disputa, sobrou o discurso anticorrupção, anticomunismo, a favor de Deus e pelos bons costumes.

Até o momento, não convenceu mais do que 2% do eleitorado paulistano de que é capaz de fazer o que promete.

Órfã

Na vida partidária, há uma frase que ficou famosa: A política adora uma traição, mas odeia o traidor.

Joice, para os bolsonaristas, traiu a confiança de Bolsonaro e dos seus eleitores.

Sem apoio do presidente, a candidata também não pode contar com o apoio de Doria, que está com Bruno Covas (PSDB).

Na direita, disputando voto a voto com ela, estão Celso Russomanno (Republicanos), Filipe Sabará (Novo), Arthur do Val (Patriotas) e o próprio Covas.

A deputada, que chegou a escrever um livro sobre a vida do ex-juiz Sergio Moro e, como ele, deixou o bolsonarismo, luta para que, na eleição da capital paulista, não seja descartada pelo eleitorado paulistano como o ex-ministro da Justiça foi pelo presidente.

Biografia

Nacionalmente, Joice ficou conhecida após ser contratada pela Veja. Incentivou a Operação Lava Jato, o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e encontrou espaço de atuação na direita. Primeiro, no jornalismo. Depois, na política.

Nascida em Ponta Grossa (PR) em janeiro de 1978, tem dois filhos e é casada.

Como jornalista, em 2015, o Conselho de Ética do Paraná do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR), alegou ter comprovado denúncias de plágio contra a jornalista, o que fere o Código de Ética da instituição. Joice nega as acusações.