Política

Celac se reúne em Cuba pela primeira vez desde a morte de Chávez

Na ilha depois de passar por Davos, a presidenta Dilma Rousseff participa da inauguração do Porto de Mariel, obra da Odebrecht financiada em parte pelo BNDES

Dilma Rousseff é recebida pelo ministro do Comércio e Investimento Externo, Rodrigo Malmierca, em sua chegada a Havana
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Em Havana depois do Fórum Econômico Mundial na Suíça, a presidenta Dilma Rousseff participa da II Cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos), na terça-feira 28 e quarta-feira 29, além da inauguração do Porto de Mariel, megaobra da empreiteira Odebrecht.

O porto, que teve 682 milhões dos 957 milhões de dólares que custou financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fica na província de Artemisa, a 45 quilômetros de Havana.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o acordo entre os dois países prevê as empresas brasileiras dispostas a participar do empreendimento mediante a exportação dos serviços que prestam e também dos bens fabricados no Brasil.

Na noite de domingo 26, Dilma aproveitou para se reunir com a colega argentina Cristina Kirchner, paralelamente à cúpula. Nenhuma das duas delegações revelou o que foi discutido pelas primeiras governantes a chegar a Cuba. Acredita-se que um dos tópicos conversado entre as presidentas tenha sido as recentes medidas cambiais adotadas pelo governo argentino, incluindo uma desvalorização do peso.

Nesta segunda-feira 27, a Argentina oficializou a flexibilização da compra de moeda estrangeira a um limite mensal de 2 mil dólares, restrita a trabalhadores, profissionais e pequenas empresas. O anúncio em relação à compra de divisas foi feito na sexta-feira, horas antes de Cristina viajar a Havana e após uma forte desvalorização do peso argentino de quase 14% em dois dias.

Celac. No encontro regional, o de maior importância regional para o anfitrião Raúl Castro, a expectativa é que o México retome suas relações com Cuba, com a visita oficial do presidente Enrique Peña Nieto na quarta-feira 29. “Vamos construindo, sob a dura realidade, trabalhosamente, o ideal de uma América Latina e Caribe diversificados, mas unidos”, disse Raúl, que entregará o comando da Celac à mandatária costa-riquenha, Laura Chinchilla.

Lançada em 2011 em Caracas pelo ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, a Celac é fruto de um trabalho de afirmação política da América Latina frente aos Estados Unidos. Ajudou neste processo o entendimento entre os governos da Venezuela e da Colômbia, que com Juan Manuel Santos à frente, buscou o apoio de Cuba e Venezuela para abrir desde 2012 um diálogo com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Como havia sido uma iniciativa de Chávez, depois de sua morte em março do ano passado, muitos previram um futuro incerto para a Celac. A presença em Cuba dos 33 países que compõe a cúpula, no entanto, reflete que o bloco (que exclui os Estados Unidos e o Canadá) se mantém vivo, mesmo com as divergências internas.

Apesar do movimento de Havana para os membros reconhecerem a contribuição de Chávez para o bloco, o presidente panamenho, Ricardo Martinelli, recusou-se e expressou seu descontentamento com o episódio de um barco norte-coreano com arma cubanas capturado em julho no Canal do Panamá, violando um embargo da ONU.

*Com informações da AFP

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