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Eduardo Bolsonaro reúne-se com líderes da extrema direita europeia

Em vídeo com políticos europeus, o filho do presidente disse que apoia as políticas restritivas contra a imigração.

Eduardo Bolsonaro quase foi alçado à embaixada em Washington. Foto: Paola de Orte/Agência Brasil
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Em viagem na Europa para encontrar líderes de partidos de extrema direita, nesta sexta-feira 19 o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) reuniu-se com o vice-premiê e ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, na sede do Consulado Geral do Brasil em Milão.

Participou do encontro, transmitido ao vivo no Facebook, o deputado ítalo-brasileiro Roberto Lorenzato, do partido da Liga, ultranacionalista, que também se improvisou como tradutor.

 

Durante a transmissão, que durou quase sete minutos, eles falaram da expansão do populismo de direita no mundo, das políticas liberais e dos valores conservadores, do caso de Cesare Battisti, extraditado em janeiro passado do Brasil para a Itália, do porte de armas para legítima defesa recentemente aprovado na Itália, das eleições para o Parlamento Europeu, que vão acontecer em maio, e da restrição aos imigrantes.

Salvini agradeceu pela extradição de Salvini e comentou a lei que permite a legítima defesa de quem tiver sua casa ou local de trabalho invadido, sem falar em armas.

Brasileiros descendentes de italianos

Ao falar da imigração, Eduardo Bolsonaro cometeu uma gafe ao confundir jus sanguinis com jus soliJus sanguinis é um termo em latim que significa “direito de sangue” e garante ao indivíduo a cidadania de um país por meio de sua ascendência. Enquanto jus soli, do latim “direito de solo”, dá ao indivíduo o direito à nacionalidade do lugar onde nasceu.

Na Itália prevalece o direito de cidadania só por parentesco (jus sanguinis) uma politica defendida pela Liga. A lei italiana estabelece que um filho de um estrangeiro que nasce no país só pode obter a cidadania após completar 18 anos.

Eduardo Bolsonaro disse que apoia as políticas restritivas contra a imigração, que o primeiro-ministro Viktor Orbàn aplica também na Hungria, e perguntou a Salvini: “O que os brasileiros podem esperar da dupla cidadania? Já que tem uma comunidade em torno de 30 milhões de brasileiros descendentes de italianos. Não que eles desejam ter esta cidadania, mas eles se sentem um pouco italianos. Então o que o brasileiro pode esperar desta questão do jus sanguinis? Vocês são a favor somente do jus soli, ou concordam que o jus sanguinis é uma maneira de reconhecimento da nacionalidade italiana?”

Percebendo a confusão do termo, o deputado Roberto Lorenzato corrigiu na tradução.

Ao responder, Salvini ressaltou que os únicos imigrantes que interessam são os descendentes de italianos no mundo, citando especificamente brasileiros, argentinos e europeus.

“Esquerda apavorada”

Lorenzato aplaudiu dizendo que é uma grande notícia. Salvini e Lorenzato aproveitaram a transmissão na internet para fazer campanha para as eleições europeias em maio.

“Salvini conta com todos vocês no Brasil. A italianada que ligue para os seus parentes na Itália para votar na Liga”, exclamou Lorenzato.

Ainda sobre as eleições, Salvini disse que “a esquerda vai ficar apavorada” quando saírem os resultados.

Antes de se reunir com Salvini, Eduardo Bolsonaro, nesta sexta-feira, encontrou-se também com Alberto Torregiani, que teve o pai assassinado por Cesare Battisti e que se tornou paraplégico no atentado. Ontem, o deputado do PSL visitou a Hungria de Viktor Orbán.

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