Política
Eduardo Bolsonaro fez viagem sigilosa ‘urgente’ para o Bahrein, mostram telegramas
Mensagens apontam ainda que a viagem foi autorizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) viajou em caráter ‘urgente’ para uma missão oficial ao Bahrein em março de 2022. A agenda no País asiático, porém, não consta na prestação de contas disponibilizada na página do parlamentar.
Telegramas obtidos pela agência Fiquem Sabendo com base na Lei de Acesso à Informação apontam que a viagem foi autorizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Os documentos, contudo, não informam os detalhes da agenda do bolsonarista.
A viagem do filho 03 de Jair Bolsonaro (PL) aconteceu entre 29 e 31 de março e foi classificada como “urgentíssima” pelo diplomata Alberto Luiz Pinto Coelho Fonseca, encarregado de negócios da embaixada do Brasil em Manama, capital do Bahrein.
O aviso da agenda foi enviado à representação brasileira no País asiático no dia 18 de março pela Secretaria de Relações Institucionais da Câmara. No telegrama, o órgão informa que a viagem foi autorizada por Lira. Depois do comunicado, Eduardo manteve contato informal com a embaixada.
“Na mensagem [de WhatsApp], o parlamentar informou ainda que ficará na capital do Bahrein ‘apenas por algumas horas’, partindo na madrugada da quarta-feira, dia 30. Em resposta, informei ao parlamentar que como é de praxe a Embaixada está pronta a prestar-lhe o apoio necessário ao sucesso de sua missão oficial neste país”, diz um dos textos.
Em outra mensagem, o diploma destaca que o bolsonarista agradeceu os “préstimos da Embaixada” e lamentou que sua agenda no Bahrein “não lhe permitiria interagir com o Posto”. Eduardo ainda afirmou, segundo o telegrama, que o retorno ao Brasil no dia 30 se daria em razão de “compromissos agendados logo ao chegar em território brasileiro”.
O parlamentar, vale dizer, não é um velho conhecido da região do Golfo Pérsico. Enquanto bolsonaristas se amontoavam em frente aos quarteis contra o resultados das eleições, ele foi flagrado pelas câmeras da FIFA durante o jogo do Brasil contra a Suíça na Copa do Catar. À época, Eduardo disse que estava lá para “entregar pen drives“.
Eduardo Bolsonaro ainda é um dos autores do PL que cria o grupo parlamentar Brasil-Bahrein, aprovado em agosto passado pela Câmara. O País asiático é também motivo de inspiração para bolsonaristas: um deles, o deputado Felício Laterça (PP-RJ), chegou a propor a criação do Dia Nacional do Reino do Bahrein, a ser comemorado em 16 de dezembro no Brasil.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.
