Política

Eduardo Bolsonaro é sócio nos EUA de empresário que apoiou atos golpistas, revela site

Empresa foi aberta logo após as palestras do ex-presidente Jair Bolsonaro nos EUA durante a estadia no País após perder as eleições; o ramo de atuação ainda é incerto

Paulo Generoso e Eduardo Bolsonaro. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O deputado Eduardo Bolsonaro é sócio do empresário Paulo Generoso, que já foi alvo das CPIs da Covid-19 e das Fake e da CPMI das Fake News, apoiou o golpe e compartilhou desinformação sobre as urnas eletrônicas. Juntos, eles mantêm, nos Estados Unidos, a Braz Global Holding LLC, uma empresa criada em 18 de março deste ano. O ramo de atuação ainda é incerto.

A revelação da sociedade foi feita pelo site UOL nesta sexta-feira 26. O caso foi investigado também pela Agência Pública e pelo Centro Latinoamericano de Investigação Jornalística (Clip). Eduardo foi procurado, mas, segundo a reportagem, se assustou com os questionamentos e optou por não responder as perguntas.

“Por que vocês estão me investigando? […] Eu estou traficando droga? Eu estou roubando alguém? É corrupção?”, foram algumas das muitas perguntas feitas pelo deputado a jornalista Juliana Dal Piva após ser questionado sobre a empresa. Ao final, disse que se manifestaria ao TSE se fosse necessário.

A empresa, conforme os registros coletados pelo site, foi aberta poucos dias depois das primeiras palestras proferidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos. Durante a estadia no País, o ex-capitão transferiu 135 mil dólares – 75% do seu dinheiro declarado na Justiça Eleitoral 0 para uma conta no País. Eduardo também participou dos eventos da extrema-direita em que o pai estava. Naquela ocasião, Bolsonaro estava com visto de turista e, pela lei, não poderia ser remunerado pelas participações. Os eventos, importante lembrar, cobravam ingressos com altos valores.

Sócios de Eduardo

A empresa Braz Global Holding LLC conforme consta em um documento oficial do governo do Texas, pertence a Eduardo Bolsonaro, Paulo Generoso e André Porciúncula, ex-auxiliar de Mário Frias na antiga gestão federal. No mesmo endereço funcionam ainda outras duas empresas abertas em datas próximas, mas sem sociedade com o deputado. São a Liber Group e o Instituto Liberdade. As duas pertencem, de acordo com os registros, a Porciúncula, Generoso e Raquel Brugnera, outra ex-funcionária do governo Bolsonaro. Os documentos também não informam qual o ramo de atividade. Procurados, os sócios do deputado também não se manifestaram.

Generoso é o criador da página Movimento República de Curitiba, que espalhou notícias falsas sobre as urnas eletrônicas, sobre a pandemia de Covid-19 e fez ampla defesa dos atos golpistas no Brasil. Como já citado, a página também consta das apurações da CPMI das Fake News e da CPI da Covid, quando foi classificada como um dos principais veículos de desinformação sobre a pandemia no País. O empresário chegou a ter a conta do Twitter suspensa por decisão judicial após as publicações.

Em uma entrevista em dezembro do ano passado, Generoso afirmou que se um golpe fosse dado por Bolsonaro seria apenas um ‘contragolpe’. A defesa da ruptura foi feita após, sem provas, ele mentir sobre existirem fraudes nas eleições brasileiras. Ele também foi um dos organizadores do 7 de Setembro, quando Bolsonaro fez ameaças ao Judiciário brasileiro. Ele também esteve nos quartéis antes do 8 de Janeiro.

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