A Força Aérea Brasileira, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), recusou o fechamento do espaço aéreo na Terra Indígena Yanomami e se negou a aumentar a fiscalização contra o garimpo ilegal na região. As informações, publicadas nesta segunda-feira 27, são do portal UOL.
Segundo o site, que tomou conhecimento dos pedidos feitos pela Polícia Federal, todas as solicitações feitas à FAB foram negadas.
Havia reclamações, por exemplo, de que os helicópteros utilizados por garimpeiros voavam baixo e não eram captados pelos radares em solo. Aviões radares, por outro lado, são capazes de identificar helicópteros das pessoas ligadas ao garimpo, ainda que estejam em altitudes baixas.
Em outros casos, a justificativa da FAB para a não intervenção era de que a área era muito extensa. Segundo o portal, ainda, a Força chegou a exigir compensação financeira em razão dos gastos com voos no processo de fiscalização.
De acordo com o procurador do Ministério Público Federal, Luís de Camões Boaventura, o problema não é de agora. Ele chamou de “balbúrdia” o controle do espaço aéreo na Amazônia e afirmou que o problema é anterior ao governo Bolsonaro. “Nos anos em que atuei na Amazônia, eu não vi a FAB fazer nada”, disse ao UOL.
Policiais ouvidos na reportagem afirmaram que, atualmente, a Força tem mantido uma postura mais colaborativa.
Na última quinta-feira 23, os ministros da Justiça e da Cidadania, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio, anunciaram a antecipação do fechamento do espaço aéreo na TI Yanomami para o dia 06 de abril. O objetivo é dar continuidade à operação de retirada de garimpeiros da região.
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