Política

Doria e Covas se desentendem sobre medidas de contenção do coronavírus

Governador alegou que antecipação de feriados não foi discutida previamente. O prefeito disse que falta ‘senso de urgência’ a Doria

Doria e Bruno Covas no hospital de campanha. Foto: AFP
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O governador João Doria e o prefeito Bruno Covas protagonizaram um desentendimento acerca da antecipação dos feriados na cidade de São Paulo, como medida de contenção à proliferação do coronavírus.

Covas anunciou na quinta-feira 18 a antecipação de cinco feriados na cidade de São Paulo e mudanças no rodízio de carros, o que foi criticado pelo governador.

“Alertamos a prefeitura de que a medida deveria ser discutida previamente. Gera dúvidas e preocupações em prefeitos, sobretudo do litoral. A decisão do prefeito foi anunciar sem esse entendimento prévio. Criou mal-estar com prefeitos. Faltou um pouco de bom senso à prefeitura de São Paulo”, disse Doria.

Nesta sexta-feira 19, o prefeito Bruno Covas rebateu o governador. “O senso que falta é o senso de urgência. Aqui na Prefeitura tem menos falação, foco no trabalho e colaboração. Faço o máximo que posso para defender o povo da minha cidade. Sempre aberto a colaborar com outras cidades e com o governo do Estado. Mas cada um precisa assumir suas responsabilidades.”

Entenda a mudança

A cidade de São Paulo decidiu antecipar dois feriados municipais de 2021 (Corpus Christi, previsto para 3 de junho, e Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro) e três feriados municipais de 2022 (fundação de São Paulo, 25 de janeiro, Corpus Christi, 16 de junho, e Dia da Consciência Negra, 20 de novembro).

“Antecipamos para os dias 26, 29, 30 e 31 de março e dia 1º de abril, juntando inclusive com o feriado nacional que temos dia 2, Sexta-feira Santa. Então temos um prazo que vai do dia 26 até o dia 4 de abril sem dia útil para poder exatamente forçar a cidade de São Paulo a parar. A cidade que nunca parou, a cidade que trabalha, a cidade que é a soma dos esforços de vários imigrantes precisa parar para que a gente não tenha mais casos como esse de pessoa que não consegue ser atendida e que vem a óbito por falta de atendimento”, declarou Covas.

Quanto ao rodízio, nas próximas duas semanas os horários entre 7h e 10h e das 17h às 20h serão liberados para a circulação dos veículos. O rodízio passará a vigorar entre as 20h e 5h, mesmo horário do toque de recolher imposto pelo governo estadual.

De acordo com a Prefeitura, as medidas são para reduzir a circulação de pessoas e a pressão sobre o sistema municipal de saúde.

Ainda na quinta, Covas anunciou a primeira morte de uma paciente com Covid-19 por falta de leito de UTI.

Nesta semana, a taxa de isolamento na capital paulista ficou em torno de 45%. A meta é alcançar um índice próximo dos 70%.

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