Política

Doria anuncia que SP não vai aderir a decreto de Bolsonaro sobre salões e academias

O governador afirmou que não há condições sanitárias para permitir a retomada dos serviços, no momento. A quarentena segue até 31 de maio

O governador de São Paulo, João Doria (Foto: Governo do Estado de São Paulo)
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O governador João Doria declarou nesta quarta-feira 13 que o estado de São Paulo não vai aderir ao decreto do presidente Jair Bolsonaro que prevê a reabertura de salões de beleza, barbearias e academias. Segundo o governador, não há condições sanitárias para permitir a retomada dos serviços, neste momento.

“Aqui em São Paulo, o governo respeita e ouve seus secretários de saúde, bem como o comitê de saúde, e eles indicam que ainda não temos condições sanitárias e seguras para autorizar abertura neste momento”, declarou durante coletiva de imprensa.

“Respeitamos os profissionais que atuam nestes estabelecimentos, mas o nosso maior respeito por eles é garantir sua vida, sua existência e sua saúde”, acrescentou.

 

O governador reforçou que a quarentena do estado segue sem alterações até o dia 31 de maio – válida também para todos os municípios – e que protocolos de segurança, prevendo uma retomada gradual, serão apresentados após a data.

Ao publicar o decreto, no último dia 12, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu que governadores que não acatassem a medida procurassem revertê-la na Justiça. Ainda disse que, ao não concordar com o decreto, governadores afloravam o “indesejável autoritarismo no Brasil”.

No entanto, O Supremo Tribunal Federal decidiu há quase um mês, no dia 15 de abril, que, além do governo federal, os governos estaduais e municipais têm poder para determinar regras de isolamento, quarentena e restrição de transporte e trânsito em rodovias em razão da epidemia do coronavírus.

O governador Doria criticou a postura do presidente. “São Paulo não quer o conflito, mas o diálogo. Quer atitudes para resolver problemas. Não serão com bravatas e ofensas que vamos encontrar caminhos para ajudar milhões de brasileiros a salvarem suas vidas, proteger a vida de seus familiares e amigos”.

O estado de São Paulo tem 4118 mortes em decorrência do coronavírus e 51.097 casos confirmados. A taxa de ocupação dos leitos de UTI em todo o estado é de 68,3% e na grande São Paulo, de 87,2%. Mais de 9 mil pacientes se encontram internados, 3702 em UTIs e 5950 em enfermarias com suspeitas ou confirmação de coronavírus. Na terça-feira 12, o estado registrou taxa de isolamento de 47% e a capital de 48,4%, índices abaixo do recomendado pelas organizações de saúde.

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