Dois estudantes da USP foram detidos durante o processo de reintegração de posse da reitoria da USP, na manhã desta terça-feira 12. Segundo a polícia, as prisões aconteceram durante uma tentativa de fuga do prédio e estão sendo indiciados por danos e furto ao patrimônio público e formação de quadrilha. Os estudantes da USP que acompanharam a ação contestam. Afirmam que os detidos não faziam parte da ocupação da reitoria, mas que retornavam de uma festa naquele momento. Eles teriam sido detidos durante o trajeto para a moradia estudantil da universidade.
Os alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) João Vítor Gonzaga Campos, de 27 anos, e Inauê Taiguara Monteiro de Almeida, de 23 anos, foram levados para ao 93º Distrito Policial (Jaguaré) e podem ser transferidos para a delegacia de trânsito.
Integrantes do movimento estudantil e do Diretório Central dos Estudantes (DCE) afirmam que tentam identificar o vigia noturno do prédio da filosofia, que trabalhou na festa. Ele poderia servir de testemunha para confirmar que os dois estudantes ficaram no local durante toda a noite e, portanto, não estariam fugindo da reitoria no momento da chegada da tropa de choque.
Reintegração. A desocupação do prédio da reitoria foi pacífica. Os ocupantes deixaram o prédio ao receberem informações de que a Tropa de Choque chegara na USP.
O prédio já estava esvaziado antes do início da ação do 2º e 3º Batalhões de Choque da PM. “Já havia sido combinado que não haveria resistência política dentro do prédio, como é costumeiro. As vigílias, feitas em todos os portões, dispararam rojões ao avistarem a Tropa de Choque e todos os ocupantes deixaram a reitoria”, afirma um estudante da letras, que não quis se identificar. Ele afirma que, no mesmo momento, estudantes deixavam a festa realizada no prédio da filosofia, dentre eles os dois estudantes detidos pela polícia.
O delegado titular do 93º DP, Celso Lahoz Garcia, afirmou ao jornal Estado de S. Paulo que “a manutenção dos dois na prisão depende do Judiciário, mas nosso entendimento é de que houve graves prejuízos ao patrimônio público”. Segundo ele, outros estudantes podem ser detidos por envolvimento nos supostos furtos e depredações.